Clube que pode virar milionário não tem nem sede

Clube pode virar o mais novo milionário do futebol nacional, já que o Zenit está disposto a depositar R$ 7 milhões na conta dele.

Sem estádio próprio, sem sede e com as atividades profissionais paralisadas desde meados de 2011 por falta de dinheiro. Essa é a realidade que enfrenta o Grêmio Recreativo Serrano, clube de Campina Grande fundado em 20 de setembro de 1989 que teria sido o primeiro onde o atacante Hulk, do Zenit, atuou no Brasil. Agora, o clube pode virar o mais novo milionário do futebol nacional, já que a equipe russa está disposta a depositar R$ 7 milhões na conta do clube formador do atleta, atendendo uma norma da Fifa que destina 5% do valor da transferência ao clube que formou o atleta.

O jogador campinense jogou nas categorias de base do clube paraibano entre os anos de 1999 e 2000 (quando tinha entre 12 e 13 anos), tendo como treinador o ex-jogador Manoel Luís Melo, conhecido por Luizinho Bola Cheia. Sem muitas oportunidades para atuar nos times locais, Hulk acabou deixando o Estado, se transferindo para a base do Vilanovense de Portugal, depois para o São Paulo e finalmente Vitória, onde assinou seu primeiro contrato profissional. Na sequência jogou no Japão, onde permaneceu até 2008. De lá para o Porto e agora o Zenit.

O Serrano, que tem na trajetória uma conquista do Campeonato Paraibano da Segunda Divisão na década de 1990, agora se apega na possibilidade de ter no seu orçamento cifras milionárias para tentar se reerguer e voltar a despontar no cenário do futebol estadual, de onde está afastado desde o final da 2ª divisão do ano passado.

Atualmente, o Serrano trabalha com aproximadamente 120 jogadores das categorias de base, com idades variando entre 12 e 17 anos. E tem apenas dois funcionários: um fisioterapeuta e um treinador, que juntos são responsáveis pelos treinos.

Para realizar os treinamentos, inclusive, o clube que não tem patrimônio utiliza um espaço emprestado. Trata-se de um campo de terra em péssimo estado que foi cedido pelo Paulistano Esporte Clube, um clube amador de Campina. Já as reuniões da diretoria, que são realizadas de maneira esporádica, acontecem em uma sala alugada em um edifício localizado no Centro da cidade.

Os dois últimos presidentes do clube, Valdir Amaral e Saulo Miná, que segundo eles mesmo estão “juntos no mesmo projeto”, dizem que um repasse do Zenit poderia ser fundamental para revitalizar o departamento de futebol profissional do clube, que hoje está completamente parado.
(Do Globoesporte.com)