Clubes pressionam a CBF e buscam uma liga nacional

Walter Feldman, secretário-geral da CBF, disse que vai se inteirar sobre as propostas para falar a respeito nos próximos dias.

Em reunião na tarde de ontem, os 15 clubes membros da Primeira Liga definiram 10 propostas que serão entregues à Confederação Brasileira de Futebol. Entre elas, estão a exigência de mais transparência, participação no sistema eleitoral, venda do avião da CBF e o reconhecimento de uma possível liga nacional já para 2017.

"Já estávamos discutindo isso. Pauta de propostas. Como a CBF tem comissão para discutir a reforma, apresentamos isso. Será encaminhada ao secretário-geral da CBF", comentou Nilton Macedo, presidente do Avaí e vice-presidente da Primeira Liga.

Walter Feldman, secretário-geral da CBF, disse que vai se inteirar sobre as propostas para falar a respeito nos próximos dias.

A Liga definiu grupos de trabalho para diálogo com a entidade. Na próxima semana, haverá o Conselho Técnico com os clubes da Série A, mas a intenção é que as propostas sejam encaminhadas ainda antes. Segundo Nilton Macedo, a ausência de clubes paulistas e de outros de expressão no grupo não será entrave para a discussão da Liga Nacional: "Nós queremos que a Liga cresça, é um embrião para a Liga Nacional. Como é previsto no estatuto. Como já é interestadual, falta pouco para isso acontecer. O que é importante ressaltar é a união que continua na Liga, que 15 clubes se sustentam e brigam por um futebol melhor, transparente, sem politicagem"

Os clubes pedem, inclusive, que a CBF venda o seu avião. A Liga entende que, em um momento de crise financeira e estrutural vivida pela maioria dos times, a atitude mostraria que a entidade máxima do futebol brasileiro está disposta a investir em seus filiados.

Segundo o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, as propostas mostram que os clubes querem o protagonismo em todos os níveis do futebol.

"Boa parte disso o Flamengo já tinha proposto por ocasião da eleição do Coronel Nunes. É uma coisa que todos os clubes pretendem, entendemos que seja uma coisa positiva. Queremos o reconhecimento do direito de os clubes criarem a liga, os clubes querem ter um papel relevante, preponderante, nas decisões sem ficar restrito ao atual sistema de poder", declarou Bandeira.

Ao todo são dez propostas, que incluem temas como sistema eleitoral da CBF, transparência, proibição de acumulação de cargos, apoio ao futebol e aos clubes, política salarial mais séria, legalidade para que clubes das séries A e B tenham mais voz na entidade, criação de um conselho de ética independente, criação da liga nacional, critérios rigorosos na análise da elegibilidade de concorrentes a cargos eletivos e a adoção de manual de procedimentos para a compra de produtos ou serviços. Em resumo, é guerra declarada.