Sem clube após saída do Grêmio, Victor Ferraz volta as suas atenções para a família e o VF4

Lateral-direito antecipou sua saída do Tricolor e está em João Pessoa, perto da família, dos amigos e do projeto social que ele desenvolve na capital paraibana desde 2017.

(Foto: Annaline Araújo / VF4)

O lateral-direito paraibano Victor Ferraz encerrou no início do mês de novembro o seu ciclo com a camisa do Grêmio, onde disputou 45 partidas em duas temporadas. Longe de ser peça fundamental no Tricolor (que respira por aparelhos na Série A do Campeonato Brasileiro), o atleta decidiu antecipar o término do seu contrato, que iria até o fim de 2021, voltar para a Paraíba e dedicar essa reta final de ano à familia ao seu projeto social, o VF4.

Pelo Tricolor gaúcho, Victor Ferraz, definitivamente, não teve uma temporada 2021 como esperava. Sem atuar desde o mês de junho, quando esteve em campo pela Recopa Gaúcha, o jogador de 33 anos perdeu espaço no time depois da chegada de Rafinha e da ascensão técnica do jovem Vanderson e só disputou três jogos. Na temporada anterior, ele atuou em 42 partidas, anotando um gol e dando quatro assistências. Sem sequência neste ano, o lateral chegou a ser afastado e a treinar separado do elenco principal do Grêmio.

Agora, Victor Ferraz está em casa, perto da família e com tempo e espaço para planejar seu futuro. Oportunidade perfeita para se dedicar também a outras prioridades, mas sem se afastar do futebol. É que ele é o fundador do VF4, clube paraibano que leva suas iniciais no nome, junto ao número que ele usava às costas na época em que fundou a agremiação. O VF4 surgiu em 2017, apenas como projeto social de futebol, mas se transformou rapidamente em clube, e Victor Ferraz sempre deu uma atenção especial a tudo que acontece com as suas jovens promessas, em João Pessoa, mesmo quando está distante.

Jogador conversa com atletas do VF4 — Foto: Annaline Araújo / VF4

Jogador conversa com atletas do VF4 — Foto: Annaline Araújo / VF4

Há duas semanas, por exemplo, o jogador viveu a apreensão de um torcedor. E em um palco onde ele já atuou em algumas oportunidades. Na Ilha do Retiro, em Recife, o VF4 disputou a final da Copa Carpina Sub-17, um tradicional campeonato de base que reúne clubes da região Nordeste.

Contra o Sport, o seu time competiu bastante, criou boas chances de gol, não conseguiu balançar as redes e foi vazado uma única vez. O título, portanto, ficou com o Leão da Ilha, mas a projeção por um bom futuro para os seus jogadores só cresce.

— O VF4 vem crescendo com o passar dos anos. A gente sabe da tradição que é a Copa Carpina na categoria sub-17. De 48 equipes, chegar à final e ver o VF4 enfrentando o Sport, na Ilha do Retiro, me passa um filme na cabeça de quando comecei em poder hoje dar oportunidade a essa garotada. Estou muito feliz. A tendência é continuar evoluindo, dando mais estrutura a essa garotada para sempre representar bem a nossa Paraíba — afirmou.

O crescimento do VF4 e o orgulho de Victor Ferraz se justificam. É que o projeto começou abrangendo crianças de apenas 11 até 15 anos, mas, atualmente, o clube já contempla a categoria sub-17, que já disputou duas Copas do Brasil, e também a sub-19, além de, no fim de agosto, ter anunciado o investimento também no futebol feminino, que disputa o Campeonato Paraibano da categoria.

Elenco feminino do VF4, formado em 2021 — Foto: Bianca Serrano / VF4

Elenco feminino do VF4, formado em 2021 — Foto: Bianca Serrano / VF4

Enquanto novos trabalhos não aparecem para o jogador, que ainda tem muita bola para gastar pelos campos do Brasil e do mundo, a chance de fazer a diferença na vida de promessas do futebol segue sendo pauta importante na rotina do atleta.