No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, Aline Pará ressalta respeito nas quadras de handebol e apoio da família

Paraibana esteve na delegação brasileira nas Olimpíadas de Atenas e Pequim e foi medalha de ouro no Jogos Pan-Americanos do Rio.

Paraibana conquistou a medalha de ouro no Pan do Rio em 2007 — Foto: Rizemberg Felipe/Jornal da Paraíba

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ marca o dia 28 de junho, com o objetivo de conscientizar sobre a importância do combate à LGBTfobia. Sobre isso, a paraibana Aline Pará, que já defendeu a seleção brasileira de handebol nas Olimpíadas de Atenas e Pequim, abriu o coração e contou a sua trajetória. Segundo ela, sempre de muito respeito, apoio e carinho. A data é comemorada por causa da Revolta de Stonewall, em 1969, quando frequentadores de um bar em Nova York, Estados Unidos, resistiram a uma abordagem policial motivadas pelo preconceito.

Enquanto jogadora, Aline Pará fez histórias pelas quadras dentro e fora do Brasil. A paraibana vestiu a camisa 10 da seleção brasileira, representou o país nas Olimpíadas de Atenas 2004 e Pequim 2008 e foi medalha de ouro no Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. A sua carreira como atleta, no entanto, foi encerrada no ano de 2014, aos 34 anos, por causa de contusões no ombro. Mas, quando o assunto é a vida pessoal e a sua sexualidade, Aline foi direta: sempre fui eu mesma.

Eu nunca precisei me assumir para ninguém. Sempre fui eu. Não tive que me assumir para as pessoas. Sempre fui eu. Não tive que provar nada para ninguém, a não ser para a minha família. Não convivia diariamente. Visitava uma ou duas vezes por ano. Mas quando eu entendi realmente o que estava acontecendo comigo, que eu realmente sempre fui, conversei com a minha família e contei, afirmou.

A paraibana destaca que a carreira dela nunca foi impactada em relação ao seu modo de vida. Muito pelo contrário. Segundo ela, os julgamentos que ela recebia eram exclusivos sobre as suas ações dentro das quadras de handebol. Além disso, comentou que sempre foi recebida com carinho por clubes, jogadores, comissões técnicas etc.

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, Aline Pará ressalta respeito nas quadras de handebol e apoio da família

A minha carreira nunca foi impactada em relação a quem eu era ou deixava de ser. Muito pelo contrário. Minha carreira foi dentro de quadra. Eu sempre fui julgada pelo o que eu fazia dentro de quadra e não pelo o que eu era ou deixava de ser. Sempre recebi muito carinho e fui muito acolhida nos clubes e seleção brasileira, também fora de quadra, comentou.

Por fim, Aline Pará ressalta a importância que os familiares tiveram na sua trajetória como atleta e de vida. Para ela, o apoio que recebe a deixa ainda mais tranquila.

Nunca passou pela minha cabeça que eu precisava me assumir. Sempre pensava que tinha que ser eu. Sempre deixei bem estampado na minha cara o quanto sou verdadeira e transparente. Sempre fui bem tranquila. Em toda a minha trajetória como jogadora e treinadora, esteve o respeito e amor. Minha família me respeita e me ama como sou. O apoio deles foi fundamental. A família é a base de tudo. Tenho o apoio deles. Isso me traz tranquilidade para viver minha vida em paz. Agradeço sempre os meus amigos. Fui sempre bem recebida. Jogadores, técnicos e amigos nunca faltaram com respeito. Só tenho a agradecer, finalizou.