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Confusão entre torcidas de Treze e Nacional de Patos acaba com tiro na arquibancada do PV
Policial Militar apaisana efetuou disparo com arma de fogo após torcida do Galo invadir espaço reservado para os torcedores do Canário.
Publicado em 07/03/2022 às 15:04
Na arquibancada do Estádio Presidente Vargas, em meio à festa e à comemoração pela reabertura do local após dois anos desde o último jogo, uma cena lamentável aconteceu. Enquanto Treze e Nacional de Patos duelavam dentro de campo, a confusão na arquibancada acontecia entre as duas torcidas. Um torcedor que estava no setor reservado aos nacionalinos sacou uma arma, efetuou um disparo, e um outro torcedor, esse trezeano, ficou ferido. Os envolvidos foram encaminhados à Central de Polícia de Campina Grande e, segundo o capitão Thiago Di Lélis, da Polícia Militar, o autor do disparo é um PM que não estava em serviço no momento do ocorrido e foi detido após o episódio.
O tumulto na arquibancada do PV, casa do Treze, começou aos 25 minutos do primeiro tempo, logo após o Nacional de Patos abrir o placar com um gol de Romarinho. Os torcedores do time da casa arrombaram o portão que separava as duas torcidas e entraram em confronto com os nacionalinos. Foi nesse momento que aconteceu o disparo. O capitão Thiago Di Lélis deu mais detalhes.
"Depois de o Nacional fazer 1 a 0, os torcedores visitantes foram para o gradeado que separa as duas torcidas e ficaram soltando piada, aquela coisa comum de torcedores. Nisso, a torcida do Treze não recebeu bem as brincadeiras e partiu em direção à torcida do Nacional, arrombou o portão que os separava e passou a agredir o pessoal do Nacional, que estava em menor número. Dentre os torcedores do Nacional, encontrava-se um militar do estado de Pernambuco, que estava armado com uma pistola e efetuou um disparo, que, segundo ele, foi para o alto. Prontamente, a patrulha que estava de serviço identificou esse indivíduo que efetuou o disparo, foi feita a apreensão da arma e ele foi encaminhado para a Central de Polícia", explicou o capitão.
O PM que portava a arma e efetuou o disparo é o soldado Arthur Sousa, da Polícia Militar de Pernambuco. Ele encontra-se detido no Batalhão da Polícia Militar de Campina Grande, aguardando a audiência de custódia, que só acontecerá na manhã da próxima terça-feira.
Apesar de o PM à paisana afirmar que atirou para o alto, Cleyton Henrique, torcedor do Treze, alega ter sido ferido nessa ocasião. Não se sabe ainda, no entanto, se ele foi atingido diretamente ou de raspão pelo disparo do PM ou se apenas por estilhaços da bala. Cleyton também foi conduzido para a Central de Polícia, para realizar um exame de corpo de delito, que confirmará se seu ferimento foi mesmo causado pelo disparo do PM à paisana e, caso tenha sido, se ele foi atingido diretamente pela bala, de raspão ou se apenas por estilhaços.
Árbitro registra o ocorrido em súmula
O árbitro da partida entre Treze e Nacional de Patos foi Douglas Magno, que relatou em súmula a sua versão sobre o que aconteceu. Douglas explicou que paralisou a partida no momento da confusão e que, segundo o delegado do jogo, Marcílio Braz, o torcedor conduzido pela PM à delegacia foi "Artur Moraes de Souza". Veja abaixo o relato do árbitro:
Posicionamento dos clubes
Através da sua assessoria de imprensa, o Treze confirmou que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso. Além disso, segundo informações do repórter Marcos Siqueira, setorista do clube na Rádio CBN, a diretoria trezeana confirmou também que a acusação que pesa contra o PM à paisana é de tentativa de homicídio, que é crime inafiançável. Mas essa informação não foi confirmada oficialmente pela reportagem do ge junto à Polícia Militar.
Já o Nacional de Patos emitiu uma nota por meio da qual criticou duramente a segurança oferecida aos seus torcedores no Estádio Presidente Vargas. No texto, a Junta Administrativa que comanda o clube, alega que a grade que separava as duas torcidas estava fechada apenas com uma corrente. Os dirigentes do Naça reclamam também da falta de um cordão de isolamento da PM para separar nacionalinos e trezeanos na arquibancada do PV.
Ainda na nota, o Nacional se refere à ação do PM à paisana como tendo sido um "ato de bravura (...) para proteger a vida dos torcedores nacionalinos" e reforça que o disparo foi mesmo para o alto. Por fim, o texto dos dirigientes do clube de Patos ainda cita o sargento Souza Júnior, da PM do Rio Grande do Norte, que, segundo a nota, foi quem disperçou os torcedores alviverdes e os colocou em segurança.
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