Mesmo no G-4, Botafogo-PB precisa ligar sinal de alerta na reta final da primeira fase da Série C

Belo não vence há três três jogos e ficou devendo melhor atuação contra o Floresta e contra o Altos, quando até a defesa não conseguiu render

Guilherme Drovas / Botafogo-PB

O beco do Botafogo-PB na primeira fase da Série C do Brasileiro está se estreitando a cada rodada disputada. Restando apenas quatro jogos para o término deste primeiro momento da competição, o Belo vive sua maior instabilidade em termos de resultados e de desempenho no torneio. Para além dos maus placares — já são três jogos sem vencer —, o time comandado por Gerson Gusmão teve uma notável queda de rendimento nas duas últimas rodadas e corre o risco de sair do G-4 do Grupo A no próximo fim de semana.

Entre as muitas projeções sobre uma reta final de primeira fase, o botafoguense pode se apegar a dois bons motivos para que o otimismo não se transforme em desconfiança neste momento. O primeiro deles é que o clube da Maravilha do Contorno só depende de si para conseguir a classificação para o quadrangular final da Terceirona. Com 21 pontos, o Belo é o terceiro colocado do grupo e divide o status de segunda melhor defesa do torneio com o Novorizontino e o Figueirense, com apenas nove gols sofridos.

O segundo é que o Botafogo-PB é um dos times mais regulares da chave. Isso porque o Belo é o clube que mais liderou esta primeira fase, cuidando do topo da tabela de classificação em cinco oportunidades. Além disso, o Alvinegro da Estrela Vermelha ficou entres os classificáveis para a fase final da competições em 10 oportunidades de 14 rodadas disputadas. Mas, dentro de campo, a vitória já não acontece há três jogos.

Pontos fortes do time não têm funcionado

Desde a rodada #4 que o treinador Gerson Gusmão encontrou a formação que melhor rendeu bons resultados para o Botafogo-PB na temporada, com uma linha de três zagueiros seguros, que dão pouco espaço para que o adversário arremate a bola em gol, e dois laterais que exploram bem o campo de ataque e que chegam à linha de fundo com certa frequência, quando o time tem a bola no pé.

Foi com esse desenho que os jogadores do Botafogo-PB — é claro, com a inserção de peças pontuais no time titular — conseguiram adquirir gordura suficiente para se manterem no G-4 da chave mesmo após ficarem três jogos sem vencer, fato que é bem incomum de acontecer no Grupo A da Terceirona. No entanto, principalmente nos últimos dois jogos, a operação desses setores não vem funcionando tão bem. Ou melhor, não funcionou.

Contra o Floresta, sem um meia que pudesse ser a válvula de escape na criação da equipe, que já não funciona lá com tanta efetividade pelo centro, o Botafogo-PB ficou dependente das sempre boas descidas de Sávio, pela direita, e de Gabriel Araújo. Juntos, os laterais do Belo somam seis assistências e um gol na competição. Só que eles foram presa fácil para a estratégia armada por Leston Júnior. O time, que vinha de uma boa sequência marcando gols bem trabalhados, principalmente na utilização dos corredores do campo, não funcionou e foi derrotado pelo Verdão do Vale em pleno Almeidão.

Mesmo no G-4, Botafogo-PB precisa ligar sinal de alerta na reta final da primeira fase da Série C
Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

No último domingo, contra o Altos, a defesa, por incrível que pareça, foi o ponto mais vulnerável da equipe. Isso porque é por lá que os comandados de Gerson Gusmão demonstram a maior solidez ao longo dos 90 minutos desde que ele assumiu as rédeas do comando técnico. Diante do Jacaré, o Belo pouco criou possibilidades de gol e só não saiu derrotado do Albertão, no forte calor de 39º da capital Teresina, por conta de mais uma tarde inspirada do goleiro Lucas.

Ao apital final, o Botafogo-PB tinha em campo quatro zagueiros (Gabriel Yanno, Luís Gustavo, Willian Machado e Daniel Felipe) e um volante de marcação (Amaral) para tentar conter as investidas do Altos, oitavo colocado na chave, e saiu no lucro pelo ponto conquistado, visto a devedora atuação da parte técnica somada às questionáveis substituições do treinador Gerson Gusmão.

Vaga no G-4 ameaçada

Restando apenas quatro rodadas para o término da primeira fase, o Botafogo-PB não pode mais dar tantas brechas ao azar como aconteceu contra Volta Redonda — muito pelo fato de tomar um gol aos 45 minutos da etapa final com um mais em campo —, Floresta e Altos. Na próxima rodada, por exemplo, em caso de um resultado negativo contra o Tombense, no Almeidão, o Belo pode encerrar a rodada #15 fora do G-4 e não mais depender de sua própria competência para se classificar para a próxima fase.

Um exemplo que pode ser trazido à tona, em menor proporção, aconteceu em 2014, quando o Alvinegro da Estrela Vermelha esteve entre os classificáveis para o mata-mata da competição da primeira à penúltima rodada da primeira fase. No desfecho daquele primeiro momento da competição, porém, o Belo ficou fora dos classificados para a fase final da disputa.

Botafogo-PB precisa voltar a vencer para seguir no G-4 do Grupo A da Série C
Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

O cenário é diferente: as projeções iniciais para a presença do Botafogo-PB no torneio deste ano eram outras — não era unanimidade a ideia de que o Belo estaria no G-4 a esta altura do torneio —, mas o clube alvinegro está vivo em busca de uma vaga na próxima fase. E só depende de si.