ESPORTES
Jogadores do Campinense se recusam a treinar
Jogadores alegam que só retomam as atividades quando os salários forem postos em dia. Há casos de jogadores com mais de seis meses de sálários atrasados.
Publicado em 16/10/2010 às 9:52
Rostand Melo, do Jornal da Paraíba
Os torcedores que foram ao Estádio Renatão na tarde desta sexta-feira (15) para acompanhar o treino do Campinense se depararam com o gramado vazio. Os jogadores decidiram parar as atividades enquanto a diretoria não colocar em dia o pagamento dos salários de todo o elenco e dos funcionários do clube. A greve vem logo depois da vitória por 3 a 2 sobre o Sousa, que manteve a Raposa na liderança isolada da segunda fase da Copa Paraíba. Há uma semana, a diretoria afirmou que os pagamentos aconteceriam nesta sexta.
O treinador Carlos Alberto Sousa foi obrigado a esperar durante toda a tarde por um posicionamento dos jogadores. “A decisão está nas mãos deles, só nos resta ficar no aguardo. Nós da comissão técnica não podemos nos intrometer, dizer se é certo ou errado, apenas esperar tudo se revolver. Espero que se acerte logo pois temos jogo na quarta”, avalia. A Raposa folga na rodada de fim de semana, mas terá um jogo decisivo na próxima quarta contra o CSP, vice-líder com seis pontos.
A situação mais complicada é dos jogadores que disputaram a Série C. “A gente decidiu ficar sem treinar enquanto o pagamento não for normalizado. A gente não acredita mais em nada. Pode vir quem for, não acreditamos mais em nada enquanto não vier a solução”, desabafou o zagueiro Maurício Gaúcho, que está há seis meses sem receber. É o caso também de Marquinhos, Mossoró, Jonatas e Alemão e Márcio Paraíba.
O volante Léo e o lateral Emerson estão há mais tempo na lista de espera, com quase seis meses de atraso. “A última vez que recebi foi no campeonato Paraibano. Desde lá tô treinando e esperando o que vai acontecer”, comentou Léo.
Os jogadores reclamam ainda de problemas na rescisão dos contratos de quem teve propostas de outros clubes. É o caso de Flavinho, artilheiro na Copinha, e de Alemão, que tiveram propostas de América-RN e Náutico. Israel também vive o mesmo dilema, preso ao Campinense, já que o prazo para inscrição de novas contratações na CBF já encerrou neste ano. “Tive propostas do Sousa e do Salqueiro e eles não liberam e não resolvem”, reclama.
O presidente do Campinense, Rômulo Leal, esteve no Renatão para garantir o pagamento, mas não estipulou um prazo. Até lá, o elenco promete permanecer de braços cruzados em plena fase decisiva da Copa Paraíba.
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