Águas de rios da mata atlântica na PB não têm boa qualidade, diz SOS Mata Atlântica

Relatório foi divulgado nesta terça-feira (22), Dia Mundial da Água.

Rio Sanhauá — Foto: Dayse Euzébio/Secom-JP

O Dia Mundial da Água é comemorado nesta segunda-feira (22). Por isso, a Fundação SOS Mata Atlântica divulgou relatórios sobre 77 trechos de rios em 17 estados do Brasil. Foram analisados os rios que fazem parte do bioma da Mata Atlântica. Na Paraíba, três rios tiveram seus corpos d’água analisados: Gramame, Sanhauá e Mamanguape. Nenhum tem águas consideradas de boa ou ótima qualidade.

O rio Gramame, localizado em João Pessoa, teve seu corpo d’água considerado de qualidade ruim. Já o Sanhauá, também localizado em João Pessoa, e o Mamanguape, localizado entre Mamanguape e Rio Tinto, tiveram suas águas consideradas regulares.

No caso de Gramame, a classificação significa que as águas do rio não possuem condições para usos na agricultura, na indústria ou para abastecimento humano. Em todo o Brasil, mais de 20% dos pontos de rios analisados apresentam qualidade de água ruim ou péssima, enquanto em 72,6% dos casos as amostras podem ser consideradas regulares.

Rio Gramame
Cidade nasceu às margens do Rio Sanhauá — Foto: Dayse Euzébio/Secom-JP

A precariedade dos índices de qualidade da água está diretamente ligada à saúde das populações, do ambiente e à sustentabilidade da região, alerta a SOS Mata Atlântica. No país, somente 6,8% dos rios da Mata Atlântica do país apresentam água de boa qualidade.

Os resultados nos mostram que a gente continua numa situação de alerta em relação à água, aos nossos rios, já que menos da metade da população brasileira tem acesso ao serviço de esgotamento sanitário. E os rios vão nos contar o que está acontecendo”, disse o coordenador do programa Observando os Rios, Gustavo Veronesi.

Ele explicou que o retrato da qualidade da água nas bacias da Mata Atlântica é um alerta para a condição ambiental da maioria dos rios nos estados do bioma. A inadequação da água para usos múltiplos e essenciais pode ser, segundo a entidade, consequência de fatores como a poluição, a degradação dos solos e das matas nativas, além das precárias condições de saneamento.

Sobre a análise

Os indicadores foram obtidos entre janeiro e dezembro de 2021 por 106 grupos voluntários de monitoramento da qualidade da água do Programa Observando os Rios. Foram feitas 615 análises em 146 pontos de coleta de 90 rios e corpos d’água de 65 municípios em 16 estados do bioma Mata Atlântica – Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.