Ação da PRF apreende carros usados em ‘Rachas’

Operação ‘Velocidade Limitada’ apreende veículos que eram usados em ‘rachas’ na capital. Suspeitos foram investigados por seis meses.

Uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Ministério Público apreendeu no início da manhã de ontem, cinco carros que participavam de ‘rachas’ em João Pessoa. As disputas entre os veículos aconteciam em rodovias federais e estaduais e também em avenidas da capital. Entre os veículos estão carros de luxo que tiveram motor adulterado chegando a atingir a marca de 350 km/h. O valor das modificações feitas nos carros chega a R$ 150 mil.

As investigações haviam sido iniciadas há seis meses, após a publicação de vídeos na internet que mostravam os rachas em vários pontos da cidade. As imagens foram analisadas e a localização dos motoristas foi investigada pelo Serviço de Inteligência da PRF. A apreensão dos carros foi feita nos bairros do Cabo Branco, Manaíra e Jardim Luna. A identificação dos motoristas não foi revelada, mas conforme a polícia, o poder aquisitivo do grupo é altíssimo e as idades variam de 30 a 40 anos de idade. Na operação ‘Velocidade Limitada’ ninguém foi detido por não terem sido flagrados praticando os delitos.

De acordo com a inspetora da PRF Keilla Lima, os motoristas promoviam as disputas por prazer e não chegavam a apostar quantias em dinheiro. Uma moto que nas imagens postadas na internet chegava a atingir 230 km/h ainda não foi localizada pela polícia.

Para a prática do racha os motoristas infratores não determinavam horário específico e dirigiam em alta velocidade por avenidas de Mangabeira, avenida Rui Carneiro, Via Oeste, além de trechos da BR-101 e BR-230, principalmente próximo à cidade de Cruz do Espírito Santo.

“A topografia da rodovia permitia que eles desenvolvessem velocidades muito além da permitida, trafegando entre outros veículos, realizando ultrapassagens perigosas. Além de colocar a vida deles em risco, esses motoristas poderiam causar um acidente gravíssimo,” explicou o promotor Otávio Paulo Neto, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.

Todos os motoristas terão que prestar esclarecimentos ao juiz e os veículos ficarão retidos no pátio da PRF até a conclusão do inquérito, porém o promotor Otávio Paulo Neto, revelou que o juiz irá solicitar o perdimento do bem, ou seja, os veículos não poderão ser retomados por seus respectivos proprietários.

Os carros serão submetidos a uma perícia minuciosa realizada no Departamento Nacional de Trânsito (Detran) para determinar se existem outras adulterações irregulares. A operação foi realiza pela Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Polícia Civil e Departamento Nacional de Trânsito.

As investigações continuam sendo feitas na Paraíba e poderão se estender para outros Estados, já que o promotor Otávio Paulo Neto afirmou que os cinco veículos integravam uma rede de ‘racha’ com representação em todo o país, principalmente nos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte.