Paraibanos reclamam dos reajustes da energia e da gasolina

 Corte de supérfluos e a redução do uso de aparelhos eletrodomésticos que consomem muita energia são algumas das medidas que consumidor está tomando. 

Os consumidores paraibanos precisam preparar o bolso para novos reajustes da energia elétrica e dos combustíveis já a partir desta segunda-feira (2). O portal do JORNAL DA PARAÍBA foi ao Centro de João Pessoa para ouvir os impactos das medidas.

 

O corte de supérfluos e a redução do uso de aparelhos eletrodomésticos que consomem muita energia são algumas das medidas que o consumidor está tomando para controlar as despesas. Eu não estou preparada para esse aumento. Meu salário é pouco e o que eu ganho já não dá para nada. Comecei a fazer economias em casa. Diminuir o uso da máquina de lavar, e,  agora, uso só uma vez por semana. Reduzir também o consumo de outros eletro-domésticos”, revela Fernanda Santos, 29 anos, funcionária pública.

 

Para o taxista Paulino de Albuquerque, os novos preços anunciados da gasolina vão reduzir ainda mais o lucro. Tudo sai do bolso da gente. O nosso lucro é tão pouco que não tem nem como pagar esses aumentos que estão acontecendo direto, principalmente o da gasolina. Eu já economizei tanto que tenho medo de agora ficar sem beber água e sem tomar banho. Não tem mais jeito”, desabafou o taxista, no Centro de João Pessoa.

 Esse aumento não está acompanhando o aumento do nosso salário. Eu que sou uma professora aposentada do estado da Paraíba, essa notícia veio pra me matar. Não tive reajuste no meu salário. E agora, como eu vou ficar? Eu já não durmo mais com o ar-condicionado ligado e nem uso mais o chuveiro elétrico. Está muito complicado.”, Selene Barreto, 74 anos, funcionária pública aposentada.

 

Está muito difícil. As coisas já estão muito caras, esse aumento de energia e gasolina vai prejudicar ainda mais a gente. Já reduzimos nosso consumo ao máximo, não sabemos mais o que fazer.”, José Alberto Pontes, 29 anos, agricultor e Fernanda Silva, 19 anos, dona de casa.
 

REAJUSTES

Os valores do novo aumento da energia serão diferentes em algumas partes da Paraíba. As seis cidades atendidas pela Energisa Borborema, entre elas Campina Grande, sofrerão um novo aumento de 5,7%. Nos outros 216 municípios do Estado, que tem o fornecimento da Energisa Paraíba, entre elas João Pessoa, o índice será menor (3,8%). Contudo, outro reajuste da energia também entrar em vigor nesta segunda-feira (2): o novo valor das bandeiras tarifárias.

 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou aumento de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha. Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos pelas residências. Um consumo de 100 kilowatt-hora (kWh) por mês terá acréscimo de R$ 5,50 na conta,além do novo reajuste aprovado pela revisão tarifária entre 3,8% e 5,7%, dependendo do município da residência na Paraíba.

 

Para os consumidores da Borborema, a conta ficará ainda mais salgada, pois será o segundo aumento consecutivo. Em fevereiro, a Aneel havia aprovado aumento médio de 39,55% para a Energisa Borborema, que compreende os municípios de Campina Grande, Boa Vista, Fagundes, Lagoa Seca, Massaranduba e Queimadas.

 

Para o preço da gasolina, a previsão é que o aumento seja de R$ 0,20 na bomba a partir deste domingo, 1° de março. O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que atualiza a cada 15 dias a média ponderada dos preços dos combustíveis para a coleta de ICMS feitas pelas refinarias. Nos dados da Paraíba, o preço médio do litro da gasolina será de R$ 3,19, para cobrança do imposto.

 

REVISÃO

Segundo a Aneel, a revisão leva em consideração diversos fatores, como o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) deste ano, o aumento dos custos com a compra de energia da Usina de Itaipu – por causa da falta de chuvas -, o resultado do último leilão de ajuste – que aumentou a exposição das distribuidoras ao mercado livre – e o ingresso de novas cotas de energia hidrelétrica. “No ano passado e neste ano, o custo da energia elétrica tem sido realmente alto, porque o regime hidrológico não está favorável, temos despachado todas as térmicas, que têm um custo mais alto”, explicou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.

 

A revisão extraordinária está prevista nos contratos de concessão das distribuidoras e permite que a Aneel revise as tarifas para manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato, quando forem registradas alterações significativas nos custos da distribuidora, como, por exemplo, modificações de tarifas de compra de energia, encargos setoriais e de uso das redes elétricas. Na tarde desta sexta, a Aneel também aprovou o orçamento da CDE para este ano, que prevê repasse de R$ 22 bilhões para a conta dos consumidores de energia.

 

Entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, várias empresas solicitaram a revisão extraordinária, por causa da falta de chuvas e da maior necessidade de compra de energia de termelétricas, que é mais cara.