Erasmo é grande nome do rock, mas sempre flertou com a MPB

Desde a juventude, Erasmo sempre se identificou mais com o rock do que Roberto.

Erasmo Carlos (Foto: Divulgação Som Livre / Guto Costa)

Erasmo 75

Chamado de Tremendão desde a época da Jovem Guarda, Erasmo Carlos faz 75 anos neste domingo (05). A parceria com Roberto Carlos e o vínculo profundo com o rock são o que há de mais significativo na trajetória desse gigante gentil.

A parceria com Roberto Carlos produziu dezenas e dezenas de canções. É uma das mais importantes da música popular do Brasil, a despeito de todas as críticas que são dirigidas aos dois artistas. Mas é um mistério: ninguém sabe quem fez o que, qual o papel de cada um no cancioneiro dos Carlos.

Desde a juventude, Erasmo sempre se identificou mais com o rock do que Roberto. Identificação que o levou a se consolidar como um dos grandes nomes da versão brasileira do gênero que transformou a música popular e a indústria do disco a partir de meados dos anos 1950.

Paradoxalmente, lutou a vida toda para ser reconhecido fora do rock. No fundo, o que Erasmo sempre quis foi fazer parte da turma da MPB. As pistas estão nos primeiros discos que gravou após a Jovem Guarda. Lá estão o autor de um samba como “Coqueiro Verde” e o intérprete do Caetano Veloso de “Saudosismo”.

A longa estrada percorrida pelo garoto da turma da Tijuca mostra que o bom em Erasmo é juntar o que parece diferente: a parceria com Roberto Carlos, o amor pelo rock, o desejo de ser da MPB. Sua música é tudo isso.

Os melhores momentos de sua discografia são da década de 1970 (“Carlos, Erasmo”, “Sonhos e Memórias”, “Projeto Salva Terra”, “Banda dos Contentes”). Mas, recentemente, entre os 68 e os 73 anos, gravou uma surpreendente trilogia de inéditas. “Rock`n`Roll”, “Sexo” e “Gigante Gentil” são discos irresistíveis. Confirmam o talento e a vitalidade do velho Tremendão.