Pedofilia já era tema da primeira entrevista de Dom Aldo na Paraíba

Primeiro semestre de 2004. Dom Marcelo Carvalheira estava de saída. Dom Aldo Pagotto estava de chegada. A Paraíba se preparava para ter um novo arcebispo.

Antes de vir em definitivo para assumir o comando da Arquidiocese, Dom Aldo fez uma visita a João Pessoa e deu uma coletiva de imprensa.

Como chefe de redação da TV Cabo Branco, escalei a repórter Danielle Huebra e a orientei: na sua vez, se apresente, mencione o nome da emissora onde você trabalha, diga que é afiliada da Rede Globo. Justifique a necessidade de fazer a pergunta e, não hesite, faça:

Dom Aldo, o senhor chega à Paraíba acusado de acobertar um caso de pedofilia dentro da Igreja no Ceará. O que o senhor tem a dizer sobre essa acusação?

Dom Aldo parecia ter a resposta pronta. Com serenidade, disse que não acobertara, apenas dera apoio psicológico ao religioso acusado de pedofilia.

Ao editar a entrevista para o telejornal da noite, confesso que duvidei da sinceridade do arcebispo. Dúvida que se juntou a outras dúvidas que foram se acumulando ao longo dos 12 anos em que esteve à frente da Arquidiocese da Paraíba.

Volto, aqui, a Dom Aldo Pagotto depois de ler a entrevista dele à revista Veja.

A entrevista de agora traz a lembrança daquela primeira coletiva de imprensa.

Na chegada e na saída, pesa sobre Dom Aldo a suspeição de que, na melhor das hipóteses, acobertou casos de pedofilia dentro da Igreja.