Na reta final, “Velho Chico” é marco da telenovela brasileira

“Velho Chico” entra em sua última semana nesta segunda-feira (26).

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A novela chega ao final marcada por um episódio trágico. A morte do ator Domingos Montagner entristeceu milhões de pessoas e fez pensar na finitude de cada um de nós, como bem lembrou Zélia Duncan num artigo muito sensível em O Globo.

Mas hoje, aqui, quero falar um pouco sobre a novela.

“Velho Chico” é um marco da telenovela brasileira. Uma produção inovadora num gênero que tem dificuldades para se reinventar.

O modo com que a cor foi usada, os enquadramentos incomuns na televisão, o tempo da narrativa, o ritmo da montagem, o tom teatral muitas vezes adotado na encenação, a influência do cinema brasileiro dos anos 1960, a escolha da trilha sonora.

Juntos, esses elementos são mais do que suficientes para fazer de “Velho Chico” um grande feito da televisão brasileira.

E, se pensarmos em conteúdo, a novela trouxe para o horário nobre temas que são o inverso do que dizem os muitos críticos da Rede Globo.

Para nós, paraibanos, “Velho Chico” ainda teve a notável presença dos nossos conterrâneos no elenco.

São tantos! Todos sintam-se representados na menção a duas atrizes: Zezita Matos, grande nome do nosso teatro, impecável na construção da personagem Piedade, e Lucy Alves, que já nos conquistara com seu talento musical, agora também como significativa revelação na teledramaturgia.

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E, por falar em elenco, há o Bento de Irandhir Santos, que vimos nos filmes de Kleber Mendonça Filho. E o padre de Carlos Vereza, sempre excepcional. E a Encarnação de Selma Egrei, que está na memória afetiva de quem viu o cinema de Walter Hugo Khouri. E Fagundes, Pitanga, Serrado. Muitos!

E, claro, o Santo de Montagner. A afeição do público pelo personagem pôde ser dimensionada na morte trágica do ator.

“Velho Chico” vai deixar saudades!