Luiz Gonzaga em quadrinhos e a morte do seu editor

Peço licença ao leitor para contar uma história que tem muito de pessoal.

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Um ano atrás, numa conversa casual, Carlos Roberto de Oliveira, o editor da Patmos, me disse que ia expandir para outros estados a série Primeira Leitura, começando por Pernambuco. Pediu uma sugestão. Respondi prontamente: Luiz Gonzaga. E, mais prontamente ainda, ouvi o desafio: por que você não faz?

Foi assim que nasceu Luiz Gonzaga em quadrinhos.

Escrevi o roteiro já no formato de uma história em quadrinhos, com o texto narrativo e os diálogos prontos para que o ilustrador Megaron Xavier trabalhasse sobre eles.

Escrevi pensando no tempo em que meu avô paterno me apresentou à música de Luiz Gonzaga. Reouvindo os muitos discos do Rei do Baião que tenho em minha discoteca. E, sobretudo, guiado pela convicção do quanto é importante participar de esforços pela preservação da arte de Gonzaga, riquíssima expressão do povo do Nordeste.

O livro ficou pronto no final de setembro, há pouco mais de um mês, em meio a muitas conversas com Carlos Roberto. Está em algumas livrarias, mas não chegou a ter um lançamento. Foi uma “viagem” prazerosa contar a história de Luiz Gonzaga em quadrinhos.

No domingo passado (30), fomos surpreendidos pela morte do nosso editor. A série Primeira Leitura, já com 13 livros dedicados a vultos da Paraíba e um primeiro a Pernambuco, fica como o último grande projeto de Carlos Roberto de Oliveira. Uma verdadeira declaração de amor ao público infantojuvenil, tão carente de leitura.