Atenção, Paraíba sem memória! Paulo Pontes morreu há 40 anos!

Nesta terça-feira, 27 de dezembro, faz 40 anos que Paulo Pontes morreu.

Naquele remoto 27 de dezembro de 1976, vi a notícia na Globo. E, no dia seguinte, li o necrológio do Jornal do Brasil sentado num batente, em frente ao Cine Municipal.

(Bons tempos aqueles em que a gente comprava o JB todos os dias nas bancas! Aula permanente de jornalismo!)

Atenção, Paraíba sem memória! Paulo Pontes morreu há 40 anos!

Paulo Pontes morreu aos 36 anos, devastado pelo câncer. Vinha do êxito de Gota D’Água, parceria com Chico Buarque.

Deixe em paz meu coração,

Que ele é um pote até aqui de mágoa!

E qualquer desatenção, faça não

Pode ser a Gota d’água!

Nunca gostei de Ipojuca Pontes, o irmão. Nem do seu cinema. Seria – para inverter uma expressão atual – a direita não transante. Pouco inteligente, muito pouco crível!

Paulo Pontes era diferente. Está entre os nomes essenciais da cena cultural brasileira da sua geração.

Pelo teatro, sim! Mas, também, pelo artista que pensava bem o seu tempo e a necessidade da arte.

Vou resumir assim: Campina Grande, Rádio Tabajara, Hermilo Borba Filho, CPC da UNE, Oduvaldo Vianna Filho, Opinião, Para-i-bê-a-bá, TV Tupi, Bibi Ferreira, Brasileiro: Profissão Esperança, Um Edifício Chamado 200, Dr. Fausto da Silva, O Homem de La Mancha, A Grande Família, Chico Buarque, Gota D’Água.

Sonhar mais um sonho impossível

Lutar quando a regra é ceder

Vencer o inimigo invencível

Negar quando a regra é vender

A letra da canção vertida para o Português acaba falando de Paulo Pontes e seus sonhos. Pena que ele não viveu para vê-los plenamente realizados.