Roberto Menezes lança “Palavras que Devoram Lágrimas” no sábado

O escritor paraibano Roberto Menezes lança seu novo livro, Palavras que Devoram Lágrimas, neste sábado (09). Será às cinco da tarde no Cabaré Brasil, em João Pessoa.

Roberto Menezes lança "Palavras que Devoram Lágrimas" no sábado

Joana Belarmino, João Matias e Maria Valéria Rezende farão a apresentação.

O autor está pedindo aos amigos que levem ao lançamento livros já lidos para doação. São para o projeto Leitura Livre, da Moenda – Arte e Cultura, organizadora do evento.

O Cabaré Brasil fica na rua Coração de Jesus, 200, em Tambaú.

Palavras que Devoram Lágrimas será vendido por R$ 38,00.

Mas o que é Palavras que Devoram Lágrimas?

Vejam a explicação de Roberto Menezes:

Uma explicação (sei lá se é) necessária:

Este livro é inédito. Explico. Palavras que devoram lágrimas nunca terá uma versão definitiva (nem este título é). Em relação aos outros publicados, este livro que será lançado não é melhor, não é pior, nem é mais maduro e etc e tal. Nem tem sentido falar disso.

Conheci a narradora, maria, em 2011, na beira da BR 230. O ônibus que eu estava indo pra Rio Tinto quebrou. Meio-dia, sol quente da porra. Corri pra uma sombra de um umbuzeiro falsificado. Sentei num tronco velho e nem sei por que tirei o computador da bolsa. Só foi abrir o word pra maria chegar. Ela nem se apresentou antes de me arrastar pro seu inferno.

Gosto de chamar de retornos estas publicações que maria me obrigou a transcrever.

  • Maria retornou em 2012. O resultado deste primeiro retorno foi o vencedor do Prêmio José Lins do Rego e publicado em pequena tiragem pela Funesc. Essa versão ficou em terceiro lugar numa enquete com escritores paraibanos sobre os livros paraibanos mais relevantes desse novo século. 
  • O segundo retorno foi em 2014. O resultado publicado pela editora Mombak em formato de e-book. 
  • O terceiro retorno será lançado agora pela editora Patuá, com todo blablabla aí de cima.

Mas por que retornar? Não sei. Só sei que volto. Maria é uma entidade que vem e pronto. E não tenho a opção de querer ou não desbravar os seus sete círculos de cores. Ela me acorrenta e me leva. Este livro é inédito. Não tem como não ser. A história é a mesma. O resto não. O esqueleto é intacto. A carne e a gordura não. A cada retorno, o livro absorve momentos internos e externos. Quem diria em 2012 que eu iria falar em delação premiada? Quem diria em 2015 que eu iria falar de feminejo? Quem diria que eu iria gostar um dia de escrever palavras como solipsismo ou sofrência?

Quando será o quarto retorno? Não sei. Quem sabe é maria.