Egberto Gismonti está envergonhado com tanta safadeza!

A pergunta da vez é porque tanto roubo, tanta propina, tanta cara de pau e desprezo com o dinheiro público

Egberto Gismonti, um dos maiores músicos do Brasil, foi entrevistado por Julio Maria, do Estadão, a propósito de um show que vai fazer domingo em São Paulo.

Quando Julio Maria pergunta se o músico pensa em morar no exterior, Egberto Gismonti responde o seguinte:

Na realidade continuo cansado do Brasil que teima em não possibilitar paz, segurança e alegria para criarmos nossos filhos de forma segura, podendo desejar sonhos bons que possibilitem finais felizes. Como a maioria dos brasileiros, estou envergonhado com tanta safadeza mostrada e provada todos os dias nos meios de comunicação. A pergunta da vez é porque tanto roubo, tanta propina, tanta cara de pau e desprezo com o dinheiro público, com a falta de consciência de que precisamos dar um passo à frente para nos aproximarmos da realidade de sermos uma nação com equilíbrio social, respeito às diferenças, consciência na nossa miscigenação. Meu caro Julio, estou cansado da falta de certeza para sair de casa e voltar feliz. A vontade de sair é imensa! Pra onde? É o problema. Mantenho as dúvidas citadas por você na pergunta e acrescento que talvez, não tenho certeza, a nossa saída seja voltarmos para nossos interiores (geográficos, físicos, espirituais, poéticos, musicais, sociológicos, linguísticos, dialéticos, teatrais, cinematográficos, sonhador, inventor, criador, pensador, etc, etc.). 

O trabalho de Egberto Gismonti?

Está aí, como ele mesmo resumiu na entrevista ao Estadão:

70 discos, 27 balés, 32 filmes, 13 especiais de TV, 14 peças de teatro, 6 exposições de artistas como Franz Krajkberg, Akiko Fujita, Antonio Peticov, Marilda Pedroso.