BOSSA NOVA 60: Um cantinho, um violão

BOSSA NOVA 60: Um cantinho, um violão

No Brasil, são muitos os artistas que falam do impacto produzido pela primeira audição de Chega de Saudade e Desafinado. De Chico Buarque a Gilberto Gil. De Edu Lobo a Caetano Veloso. De Milton Nascimento a Roberto Carlos.

Todos devem alguma coisa às canções de Jobim, à voz e ao violão de João Gilberto, à sonoridade daquelas gravações. A verdade é que, em algum momento, todos quiseram fazer Bossa Nova. E, mesmo nos que se distanciaram tanto dela, como é o caso de Roberto Carlos, não será difícil identificar lições da bossa, seja no intimismo que há no seu canto, seja no perfeccionismo que o acompanha pelos palcos e estúdios.

Caetano Veloso não faz segredo da sua verdadeira devoção a João Gilberto e escolhe Chega de Saudade como a música que mais o influenciou. Enquanto Chico Buarque diz que deve quase tudo a Jobim, a quem um dia chamou de maestro soberano.

BOSSA NOVA 60: Um cantinho, um violão

Fora do Brasil, quem popularizou a Bossa Nova foi um disco do saxofonista Stan Getz com o guitarrista Charlie Byrd: Jazz Samba, de 1962. A versão deles para Desafinado conquistou as paradas.

No mesmo ano, o êxito do show coletivo que os brasileiros fizeram em Nova York confirmou que a Bossa Nova não ficaria limitada ao nosso mercado.

Em seguida, João Gilberto e Stan Getz gravaram o LP Getz/Gilberto, que difundiu internacionalmente Garota de Ipanema, e Tom Jobim pôde, afinal, ter um disco solo: The Composer of Desafinado Plays. A revista Down Beat disse que somente este LP justificaria a existência do movimento.

Ouvido hoje por quem não conhece a história, ele soa como uma coletânea porque suas faixas se tornaram muito conhecidas, clássicos populares. Mas The Composer não é uma compilação, um The Best. Apenas revela o talento de Tom Jobim de escrever músicas para a posteridade.

BOSSA NOVA 60: Um cantinho, um violão

BOSSA NOVA 60: Um cantinho, um violão

ESTE TEXTO FAZ PARTE DE UMA SÉRIE SOBRE OS 60 ANOS DA BOSSA NOVA.