O jornalista tem alguma coisa a comemorar em seu dia?

Neste domingo (07), logo cedo, sou lembrado por alguns amigos: hoje é o dia do jornalista.

A pergunta que logo me ocorre:

O jornalista tem alguma coisa a comemorar em seu dia?

Sim e não.

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Começo pelo não.

um. O terremoto digital estabeleceu parâmetros que apontam para um futuro absolutamente incerto.

dois. Nas redes sociais, muitos imbecis pensam que são jornalistas.

três. As notícias falsas se confundem com as verdadeiras.

quatro. A redução de quadros atinge todas as redações, mesmo as maiores.

cinco. Os salários continuam baixos.

seis. Os jornalistas que se dedicam às piores práticas aprimoraram seus métodos.

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E o sim?

A liberdade de imprensa.

Mas isso não existe, muitos dirão.

O que existe é a liberdade de empresa, argumentarão.

Mesmo assim, o sim vai para a liberdade de imprensa. A que temos. A que é possível ter. Com todos os seus defeitos, com todas as suas limitações.

Sem ela, saberíamos muito pouco.

Quando ela foi suprimida, soubemos muito pouco.

Sem ela, não haveria um título assim:

“Os brasileiros botaram um idiota na presidência da República”.