4ª fase da Famintos investiga pagamento de propina a servidores da prefeitura de Campina Grande

Entre os alvos estão diretores escolares que são suspeitos de terem recebido propina de empresários que fariam parte do ‘esquema’

4ª fase da Famintos investiga pagamento de propina a servidores da prefeitura de Campina Grande
Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

A 4ª fase da Operação Famintos, desencadeada hoje pela Polícia Federal, tem como foco o pagamento de propina a servidores públicos da prefeitura de Campina Grande, feito supostamente por empresários que fariam parte do ‘esquema’. Os investigadores apuram se gestores de escolas receberam vantagens indevidas de empresários que forneciam a alimentação para as unidades de ensino.
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos, com o objetivo de coletar provas sobre a prática de corrupção ativa (por parte dos empresários) e corrupção passiva (por parte dos servidores).
Entre os alvos dessa 4ª fase, de acordo com a Polícia Federal, não há servidores já citados na investigação em outras fases, a exemplo de ex-secretários e pessoas ligadas à gestão municipal.
É que a distribuição da merenda escolar para as escolas públicas era descentralizada no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), cabendo aos gestores de cada unidade o acompanhamento sobre os produtos. No caso das creches, a distribuição dos alimentos era centralizada.
A Operação Famintos
A primeira fase da ‘Famintos’ aconteceu no dia 24 de julho do ano passado. Até agora nenhum dos servidores da prefeitura foi denunciado. Já com relação ao núcleo empresarial, a Justiça Federal já condenou 16 pessoas suspeitas de envolvimento no suposto esquema.
As investigações foram iniciadas a partir de representação autuada no MPF, que relatou a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB), mediante a contratação de empresas de “fachada”.
Com o aprofundamento das investigações constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões. A CGU, durante auditoria realizada para avaliar a execução do PNAE no município, detectou um prejuízo de cerca de R$ 2,3 milhões, decorrentes de pagamentos por serviços não prestados ou aquisições de gêneros alimentícios em duplicidade no período de janeiro de 2018 a março de 2019.