Referência do Direito Constitucional brasileiro, paraibano Paulo Bonavides morre aos 95 anos

Jurista nasceu em Patos, no Sertão da Paraíba. Ministros dos principais Tribunais do país lamentaram a morte

Referência do Direito Constitucional brasileiro, paraibano Paulo Bonavides morre aos 95 anos
Foto: Cid Barbosa/ Arquivo DN

O professor paraibano e jurista Paulo Bonavides morreu hoje aos 95 anos. A causa da morte e informações sobre o funeral não foram divulgadas. Quem já frequentou uma cadeira de qualquer faculdade de Direito do país certamente recorreu à leitura, imprescindível, de parte de sua obra. Os estudos são referência para o Direito Constitucional brasileiro.
Bonavides nasceu na cidade de Patos, no Sertão do Estado. Mas foi no Ceará que ele iniciou a carreira no jornalismo e no Direito. Em 1950, começou a lecionar sociologia para alunos do ensino médio do Instituto de Educação Justiniano de Serpa, em Fortaleza.
O jurista era considerado um dos constitucionalistas mais respeitados do Brasil. Foi presidente emérito do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional (IBDC), presidente de honra do Instituto de Defesa das Instituições Democráticas (IDID) e diretor da Revista Latino-Americana de Estudos Constitucionais, que ajudou a fundar.
Foi professor emérito e visitante de universidades do Brasil e do exterior e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Lisboa (1998) e da Universidade Inca Garcilaso de La Vega (2009).
Recebeu dezenas de prêmios e honrarias por onde passou e hoje, claro, deixa um vazio para o universo do direito nacional.
Repercussão
Autoridades lamentaram a morte do professor. O governador do Ceará, Camilo Santana, decretou luto oficial de três dias no estado.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou que Paulo Bonavides “manteve a chama do constitucionalismo acesa durante a longa noite da ditadura militar” e era um “ser iluminado”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que conviveu com o jurista, o classificou como “um dos maiores estudiosos de Constitucional e Ciência Política do Brasil” e “um grande coração e exemplo para todos nós”
O advogado-Geral da União, José Levi, lamentou a morte do jurista. O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, também lamentou a perda.
*** Com informações do G1CE