Separação e descarte correto de resíduos é tema de reportagem do Paraíba Comunidade

A Associação dos Catadores de Recicláveis realiza o trabalho de coleta e triagem.

Posto de coleta para recebimento de resíduos eletrônicos durante a 1ª Corrida Verde promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, que ocorre para celebrar o Dia do Meio Ambiente (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A coleta de materiais recicláveis tem se mostrado uma importante alternativa aos problemas de saneamento básico de grandes centros urbanos. Em João Pessoa, esse trabalho é realizado pela Associação dos Catadores de Recicláveis do município, tendo como base fundamentos da Educação Ambiental. A atuação dos catadores foi um dos temas do Paraíba Comunidade deste domingo (6).

Kelson Galdino, diretor da Associação dos Catadores de Recicláveis de João Pessoa, localizada no Jardim Oceania, explicou sobre como funciona todo o processo de reciclagem. Atualmente os termos utilizados para se referir ao trabalho, e ao próprio material recolhido, foram modificados.

“Resíduo é diferente de lixo, pois pode ser reaproveitado. Aqui, nós recolhemos de 70 a 80 toneladas de resíduos. É pouco, mas é consideravelmente importante porque além de proteger o ambiente, deixamos de aterrar o resíduo.

Desde a coleta até a saída dos materiais, a reciclagem é fundamentada em quatro eixos: recolhimento, triagem, compactação e venda do material. Em João Pessoa, seis associações são responsáveis pelo trabalho, que não é fácil, mas é importante.

“Inicialmente, começamos com o recolhimento dos resíduos, na casa dos doadores. Temos um leque de doações de hospitais, residências e grandes e pequenos geradores que doam material. Após o recolhimento, a parte principal é a triagem, quando vamos separar cada resíduo. É um trabalho muito difícil, porque, por exemplo, pra nós tudo é plástico, mas tem uma série de derivados e qualificações que cada um tem. A gente aprendeu isso devido à necessidade de saber onde vender o material, já que cada tipo tem um valor diferenciado”, explica Kelson.

Ele também falou que a maior dificuldade encontrada pela Associação é a educação ambiental, que não é bem aceita na sociedade. De acordo com Kelson, a cada 50 kg de papelão, por exemplo, deixa-se de cortar uma arvore, e ainda assim, a maioria das pessoas ainda desconhece a necessidade de fazer recolhimento desses materiais.

“As pessoas acham que os resíduos vêm da prateleira, desconhecem que vem do nosso próprio alimento. É muita coisa pra se recolher. Não sabem pra onde vai, qual o caminho que a gente dá àquele resíduo que a gente joga sem respeito. Jogamos no nosso planeta, porque não temos uma educação adequada”, comenta.

Como colaborar com o descarte correto

Quem desejar entregar os resíduos à coleta feita pela Associação dos Catadores de Recicláveis de João Pessoa deve informar ao síndico do prédio ou dono do estabelecimento para que um trabalho de educação ambiental seja feito no local. Depois, deve-se entrar em contato com a Associação para que o material seja recolhido, através do telefone (83) 2178-0264.

“Aqui é um local de triagem, pode juntar o plástico com ferro, papel, só não com o vidro pq é perigoso. Também recebemos óleo de cozinha, pilhas e baterias, eletroeletrônicos… recolhemos todos esses materiais. Recebemos na porta, as pessoas vêm deixar o material pra que a gente possa separar e fazer o descarte correto”, finaliza.