Dossiê aponta precarização de trabalho e esvaziamento de conselhos na UFPB

Publicação foi divulgada por comitê e reúne acontecimentos envolvendo a gestão atual da universidade. Reitoria nega as alegações.

Foto: Divulgação
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Um dossiê sobre a gestão do reitor Valdiney Gouveia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi apresentado na manhã desta quarta-feira (25), na frente do prédio da reitoria. O documento foi organizado pelo Comitê de Mobilização pela Autonomia e contra a Intervenção na Universidade Federal da Paraíba. O dossiê afirma, entre outros pontos, que a gestão tem precarizado condições de trabalho e estudantil, e esvaziado atribuições dos conselhos superiores. O comitê é composto por entidades e coletivos de todas as categorias da comunidade acadêmica.

Segundo os organizadores, o ato e a publicação apresentada têm o objetivo de mostrar que a atual administração, na verdade, seria fruto de uma intervenção do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O Sindicato dos Professores da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB) é uma das organizações que faz parte do comitê. A assessoria do sindicato informou que o dossiê possui cinco eixos. O primeiro trata sobre a repressão e a censura. O segundo aborda a precarização das condições de trabalho e estudantil.

O terceiro diz respeito a um suposto alinhamento ideológico com a extrema direita, citando, por exemplo, o convênio com a Universidade de Belarus. O país é governado por Aleksandr Lukachenko, chamado de “o último ditador da Europa”.  O quarto fala sobre desrespeito à liberdade e às diferenças. O quinto aborda também a usurpação e esvaziamento das atribuições dos conselhos superiores.

Posicionamento da reitoria

Ao JORNAL DA PARAÍBA, o reitor da UFPB, Valdiney Gouveia nega as alegações do dossiê. “A reitoria é alinhada com a Universidade Federal da Paraíba e procura agir dentro do que cabe em termos de legalidade”, afirmou o reitor.

Ele ainda afirma que tentou dialogar com os manifestantes durante o ato de apresentação do dossiê, nesta quinta-feira (25), mas foi impedido. “Procuramos conversar com eles, inclusive pedimos o microfone que eles estavam utilizando para dialogar e nos foi impedido”, relatou.

Sobre a parceria com a Universidade de de Belarus, o reitor afirmou que o relacionamento é focado na universidade e não no regime do país. “Não nos relacionamos com países, nos relacionamos com universidades. A Universidade de Belarus tem uma história brilhante de existência, tem nobel e ensino de idiomas estrangeiros. Estamos abertos a parcerias com outros países também, seja Cuba, Estados Unidos, China ou Venezuela”.

Valdiney foi o último colocado nas eleições para a reitoria feitas em 26 de agosto de 2020, com 106,496 pontos, enquanto a professora Terezinha Domiciano, primeira colocada, teve 964,518 da soma ponderada e normalizada dos votos. Apesar disso, ele foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o cargo pelos próximos quatro anos.