Dona Francisca trocou o gás de cozinha há cerca de quatro meses pelo fogão a lenha para economizar a renda da família. A decisão foi tomada depois que o preço do botijão de 13 quilos sofreu diversos aumentos em um curto período de tempo. “Não tenho condições de comprar gás por R$ 90”, desabafa Dona Francisca Gomes, que tem 68 anos e precisa alimentar a família.
Na última semana, o Procon de Campina Grande, cidade onde mora Dona Francisca, verificou que os preços do botijão de gás de cozinha variam entre R$ 85 e R$ 100, o que representa uma diferença de até R$ 15,00 na compra. O preço médio do produto é de R$ 92,77 para pagamentos à vista.
Em comparação com a última pesquisa, realizada em julho, cujo preço do produto foi de R$ R$ 93,36, constata-se uma redução de R$ 0,59, ou seja, 0,63%, em relação a este mês de agosto.
Dona Francisca divide o lar, no bairro de Bodocongó, com mais quatro pessoas da família. Vive financeiramente de uma pensão que recebe. A aposentadoria do filho também ajuda com a renda da família.
A lenha ela pega sozinha no quintal da filha, que é sua vizinha. Mas não deixa de ressaltar o quanto é perigoso. Inclusive, Dona Francisca já se queimou cozinhando no fogão a lenha, porque com a expansão das chamas, toda a panela esquenta enquanto está no fogo. “Já me queimei, tenho medo, e os vizinhos também já reclamaram por causa da fumaça”, lamenta. Mas para sobrevivência, não encontrou outra alternativa.
Com a economia do gás usando o fogão a lenha, ela acredita que pode guardar essa renda que não está mais sendo usada para contribuir com a compra de alimentos, porque, segundo Dona Francisca, também não há dinheiro para comprar carne.
Ela lamenta não poder comprar nem um pacote de biscoito para dar aos netos. “Não posso comprar nem um pacote de bolacha para dar aos meus netos por causa desse Bolsonaro infeliz”, desabafa, culpando o presidente Jair Bolsonaro pela alta nos preços do gás e dos alimentos.
*Com colaboração de João Alfredo Motta
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