Cotidiano
29 de setembro de 2021
14:35

Corpo são, mente só: as dores que o preconceito causa para saúde mental

Psicólogo alerta que dificilmente grupos minorizados estarão isentos de algum tipo de sofrimento psíquico.

Matéria por Ana Beatriz Rocha

Ao pintar de amarelo, separaram setembro para tratar da importância de prevenir o suicídio. Os números do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, registraram 12.895 suicídios no Brasil em 2020. Em 96,8% dos casos as mortes têm relação com transtornos mentais. Entre as principais doenças relacionadas está a depressão, seguida do transtorno bipolar.

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica de João Pessoa, a taxa de mortes por suicídio entre pessoas que moram na cidade passou de 3,5 por 100 mil habitantes em 2013 para 5,1 em 2018.

O Setembro Amarelo é uma realidade brasileira desde 2015, ano a ano a campanha de prevenção é integrada por iniciativas públicas, privadas e personalidades da mídia. No entanto, algumas pessoas reivindicam uma reflexão mais profunda do que as recorrentes, que analise os impactos das discriminações sociais para saúde mental. 

O psicólogo social Thiago Augusto é uma dessas pessoas, há anos ele se debruça a estudar aspectos sociais como influenciadores da subjetividade. De acordo com ele, dificilmente grupos minorizados estarão isentos de algum tipo de sofrimento psíquico, e a dificuldade de perceber isso está atrelada a forma como a saúde mental é vista.  

“Parece que a saúde mental é algo que está apenas na mente das pessoas, mas na verdade é uma produção da nossa sociedade. É muito difícil manter uma saúde mental intacta numa sociedade racista, sendo negro. Numa sociedade que exalta a magreza, sendo gordo. Ou até mesmo num âmbito homofóbico, sendo uma pessoa LGBT+”, explica o psicólogo. 

“Cansada de ter que ser a melhor o tempo todo”

As feridas podem surgir ainda na infância. Filha de pai negro e mãe branca, a paraibana Estela Mirian se via entre os 43,4% dos brasileiros que, segundo o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), se diziam pardos. O dilema do branca demais para ser negra e negra demais para ser branca pairou em sua mente por longos anos. Até que, enquanto caminhava para a fase adulta, se entendeu e se afirmou como uma mulher negra. 

Essa percepção fez Estela, hoje uma psicóloga de 24 anos, querer entender o que ser negra num país de racismo estrutural tinha causado ao seu jeito de ser e se ver. Sempre aluna de escola pública, Estela começou, ainda no fim da infância, a realizar pequenos trabalhos para ajudar no sustento da família. Hoje adulta, acredita que as condições sociais a fizeram abrir mão de parte da infância para conquistar melhorias para si e para os seus. 

 

 Na adolescência, os dias de Estela eram gastos com o sonho de ajudar a família com as contas de casa. Foto: Arquivo pessoal/Estela Mirian 
“Quando eu penso nas primeiras coisas que aconteceram para que eu me entendesse como negra eu vejo que o racismo estava presente desde os pequenos momentos, mesmo que a minha família não falasse, mesmo que na escola fingissem que não existia.”
Estela Mirian

Os contornos moldaram uma vida voltada para o trabalho e estudo, rotinas que Estela conta como exaustivas. A socialização com amigos e as atividades extra-classe, realidade de muitos adolescentes, não fizeram parte de sua vida. Cresceu dando tudo de si na informalidade do trabalho, até que se viu adulta e com o peso de uma vida nas costas.

Ao entrar na universidade, dividia as horas entre um curso integral, bicos que apareciam e a tentativa de construir uma vida acadêmica através de projetos de pesquisa. O sonho da estabilidade e da independência financeira a perseguia. No ambiente que seria a maior chance de emancipação para Estela, ela se viu diferente. A pele escura que sempre esteve ali parecia, então, muito mais preta.

A pele não havia mudado, mas o entorno sim, e se ver enquanto uma das poucas negras entre as aulas, com cobranças desproporcionais vindas de diferentes lados, a fez pensar que não bastava ser boa, ela tinha de ser a melhor.

“Eu ouvi pessoas me chamando de suja, e desleixada. Sempre diminuíam a minha capacidade como aluna e como pessoa. Isso me fez questionar se eu deveria estar ali, foi muito difícil. Mas eu continuei porque precisava ajudar em casa, precisava ser alguém.”
Estela Mirian

O racismo não a deixava em paz. Nas salas de aula, vindas até mesmo dos professores, frases que a humilhavam insistiam em ecoar. O desconforto se mesclava a certeza de que o estudo era uma etapa imprescindível para que ela chegasse onde queria. Na medida que ia crescendo enquanto estudante, o cansaço e as pressões iam se alargando também. Só queria a paz que via no caminhar dos colegas brancos.

“Eu me tornei uma pessoa ansiosa. Sabia que, apesar da qualidade do meu trabalho, ele nunca seria tão valorizado quanto o de uma pessoa branca. Me cobro para que eu receba metade da valorização de uma pessoa branca. Tenho que ser a melhor até que não vejam mais minha raça. E assim fui me desumanizando.” 
Estela Mirian

O aspecto da desumanização é apontado como um dos principais impactos do racismo para a saúde mental da comunidade negra. Pesquisador da chamada psicologia preta e da psicologia da libertação, Thiago Augusto explica que, graças ao processo colonizador através da exploração, foi construída no Brasil uma imagem de que o modelo de ser humano tinha tudo que se parecesse com os europeus. A comunidade negra que aqui habita tem como ancestrais os africanos que para cá vieram escravizados e, de acordo com o pesquisador, a imagem desse povo foi animalizada. 

 Ao longo da história, escritoras negras transformaram a tristeza e os sofrimentos causados pelo racismo em poesia. Foto: Ana Beatriz Rocha 

Thiago explica que essa construção, por ter sido reiterada ao longo dos séculos, produziu e segue produzindo sofrimentos que afetam a saúde mental das pessoas negras. Entre eles, a discriminação pode gerar fortes impactos na autoestima, como insegurança, medo de nunca ser bom o suficiente, ansiedade, depressão, até o desenvolvimento de pânico ou fobias.

“Podem existir, também, comportamentos autodestrutivos relacionados ao mal estar causado pelo racismo. Vícios em entorpecentes podem ser fugas encontradas por quem está em sofrimento”, completa o psicólogo.

De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), divulgada em 2019, jovens negros do sexo masculino, entre 10 e 29 anos, são mais propensos a cometer suicídio.  A chance nesse grupo é 45% maior do que entre jovens brancos da mesma faixa etária.

Para lidar com essas angústias, Thiago Augusto acredita que a cura é mais coletiva que individual. Que alguns sofrimentos psíquicos só serão atenuados com mudanças na sociedade.

Estela Mirian decidiu se cuidar a partir do entendimento de que não doía só nela, que a dor é coletiva e que isso significa que ela não está sozinha. O pertencimento foi um processo importante para que percebesse que ocupar os espaços era algo importante para si e para outras pessoas negras. Cuidar da saúde mental virou sinônimo de buscar estar com pessoas parecidas com ela.

 À esquerda, Estela Mirian com outras mulheres negras dialogando sobre os desafios de estar na academia. À direita, a psicóloga comemora com a família a conquista do segundo diploma entre toda família de pai e mãe. 
“Lembro de ter ficado tocada com a frase ‘a importância de enegrecer as relações’. Quando eu falava sobre racismo com amigas brancas elas não me entendiam, mas quando encontrei pessoas como eu vi que elas me entendiam sem me julgar. Minha estratégia para me cuidar foi buscar a força coletiva e estudar sobre isso.”
Estela

“Às vezes me sinto como se eu não fosse capaz de nada”

Olhar no espelho é uma parte comum na rotina de muita gente. Checar se a aparência está adequada antes de sair de casa. Mas, para outras pessoas, o momento comum se reveste de angústia e ansiedade. Sentimentos causados por olhares e palavras cruéis ouvidas, por vezes, desde a infância. 

A título de saúde não há nada errado com Michelly Santos. A estudante universitária tem poucas mudanças a fazer, além de acrescentar algumas vitaminas no dia a dia, coisa de quem passou muito tempo sem tomar sol ou anda dormindo menos do que deveria. Nada grave. Apesar disso, ir a uma consulta médica pode se tornar um pesadelo. 

Michelly é uma mulher gorda. Isso não soaria angustiante ou ruim se a sociedade não tivesse se mostrado tão prejudicial para ela desde cedo. Ainda na infância a estudante sofria com termos agressivos em relação a sua aparência. Associavam seu peso a questões patológicas e atribuíam defeitos que nem existiam, atirando ao futuro uma má sorte que Michelly viria a ter caso não emagrecesse. 

 "Às vezes eu me encontro e outras eu estou totalmente sedendo ao que foi construído pelos outros de quem eu deveria ser." Foto: Arquivo pessoal/Michelly Santos 

Esse tipo de agressão tem nome. Gordofobia é um tipo de estigma, são discriminações sofridas por pessoas gordas apenas por serem gordas. A problemática que pode ter início nas duras palavras de infância, escala para problemas de acessibilidade e danos à saúde mental na fase adulta.

Para Michelly Santos a violência afetou seu bem-estar emocional. Crescer ouvindo que ser gorda é ruim e que isso fazia dela uma pessoa inferior causou inseguranças que ela só sabe de onde vem graças a pesquisas realizadas por conta própria. 

“Eu acredito que ouvir o que eu ouvi desde criança me tornou uma pessoa medrosa, que não acredita na capacidade de fazer as coisas. Isso me afeta muito até hoje. Eu sei o que posso fazer, mas, por tudo que ouvi, muitas vezes sinto que não sou a pessoa ideal para o que me proponho.” 
Michelly Santos

A gordofobia se estruturou nas dinâmicas sociais que são, reiteradamente, normalizadas. Pessoas gordas enfrentam desafios constantes ao tentar comprar roupas, passar em catracas, ocupar assentos em transportes públicos e até mesmo fazer exames. Michelly acredita que esses desafios, unidos às palavras desagradáveis e ao endeusamento do corpo magro, pode adoecer muita gente. 

Como uma das vítimas, ela enfrentou períodos difíceis ao longo da vida. Hoje, aos 24 anos, percebe que o fim da adolescência e o início da fase adulta foi repleto de tentativas de caber num padrão. As redes sociais podem ser muito prejudiciais, e Michelly foi uma das vítimas de receitas milagrosas da felicidade que são vendidas por lá. Dietas restritivas, rotina exaustiva de exercícios e autopunição por comer são alguns dos incentivos que muitas pessoas gordas encontram para caber num padrão inalcançável.

Os riscos são muitos. Para a psicóloga Rayanni Carlos, um dos principais impactos dessa equação é o transtorno alimentar. Segundo ela, desde muito cedo as mulheres têm o fator estético supervalorizado, em detrimento das qualidades intelectuais e comportamentais. “As meninas são expostas a padrões, e isso as colocam como principais vítimas de transtornos relacionados à auto imagem”, afirma. 

Os transtornos alimentares são multifatoriais, podem estar relacionados a questões biológicas, parentais, sociais e ambientais. Para alcançar o padrão, comportamentos radicais podem ser desenvolvidos. Alguns tipos comuns de transtornos alimentares são: bulimia, anorexia e compulsão alimentar. 

Michelly Santos se percebeu tendo que lidar com uma compulsão proveniente da ansiedade. A estudante compõe uma estatística. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) atestam que, no Brasil, cerca de 4,7% da população enfrentam algum tipo de transtorno relacionado à alimentação. Entre os jovens o índice pode chegar a 10%. 

 "É um exercício diário de aceitação" Foto: Arquivo pessoal/Michelly Santos  
“Dizem que não somos boas para conquistar relacionamentos amorosos, lugares de destaque no trabalho. Eu sei que são construções da sociedade, mas esses comentários ainda me sabotam. Talvez eu já tenha perdido momentos que entrariam como os mais felizes da minha vida por vergonha do meu corpo. Os meus 25 anos foram uma eterna fulga de quem eu realmente sou. Às vezes eu me encontro, mas em outras eu estou cedendo ao que foi construído pelos outros sobre quem eu deveria ser. ”
Michelly

De acordo com a psicóloga Rayanni Carlos, a escalada de suicídios em jovens diagnosticadas com transtornos alimentares preocupa muito os especialistas.

“Percebemos a importância de realizarmos trabalhos com jovens sobre seus aspectos emocionais como forma de prevenção, e o investimento em intervenções com a participação multifamiliar. A família precisa estar atenta aos sinais de um possível transtorno, e também aos motivos”, avalia a especialista.

Segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser prevenidos, desde que existam condições mínimas para a oferta de ajuda voluntária ou profissional. A psicóloga acredita que estar atento e oferecer uma escuta responsável pode ser uma das formas de prestar apoio.

Encontrar suporte foi fundamental para Michelly, e ela assume o privilégio do acesso à informação como uma das coisas mais importantes para o seu processo. Transformou parte das dores em pesquisas na área, enquanto estudante de jornalismo pretende seguir fotografando corpos reais, entendendo a sociedade e suas problemáticas e produzindo um conhecimento capaz de ajudar outras mulheres a entenderem que o problema não está nelas, e sim em quem as observa de forma preconceituosa.

 Olhos sensíveis de quem tenta ver o mundo sem padrões. Foto: Arquivo pessoal/Michelly Santos 

“Minha mãe já quis fazer sumir em mim tudo que parecesse gay”

Outra estatística que costuma deixar os especialistas em saúde mental em alerta é a violência contra pessoas LBTQI+. De acordo com os números do Centro Estadual de Referência dos Direitos de LGBT e Enfrentamento a LGBTQIA+fobia da Paraíba, em 2019 o espaço realizou 323 atendimentos psicológicos. Em 2021, apenas no primeiro semestre do ano, o número de atendimentos terapêuticos chegou a 530. 

Uma das principais razões da busca por esses atendimentos, de acordo com o coordenador Victor Pilato, é a violência sofrida dentro de casa. Roberto Araújo é um dos milhares de brasileiros que enfrentam a dor de ouvir comentários desrespeitosos no lar onde habita. Quem hoje vê o estudante universitário e comerciante de 23 anos andando de mãos dadas com o namorado não imagina que, por muito tempo, se assumir gay era algo impensável.

Como numa história que poderia ser contada por tantas outras bocas deste país, Roberto rememora as pressões desde a infância, as palavras desagradáveis e as piadas dolorosas vindas de um amor que o tinham contado como incondicional, a mãe. Os episódios começaram cedo, desde um tratamento hostil até comentários que associavam os comportamentos dele a trejeitos homossexuais, e colocavam essa relação como negativa. 

Roberto cresceu sentindo que o que ele era não deveria, nunca, ser dividido com os outros. “Eu sempre fui afeminado e ouvia piadinhas na escola, mas em casa era pior. Eu achava que casaria e teria filhos com uma mulher e jamais contaria para alguém que era gay, porque era errado e minha família abominava. Minha família não deixava eu fazer nada que fosse considerado gay, e isso me afetava muito”, relembra. 

 

 “Eu sempre fui afeminado e ouvia piadinhas na escola, mas em casa era pior" Foto: Arquivo pessoal/ Roberto Araújo 
“O que ouvia na escola e na rua doeu por um tempo, mas quando eu entendi que não tinha nada de errado em ser gay e passei a ter orgulho de mim, eu passei a contornar e não dar ouvidos. Mas em casa minha mãe sempre conseguia me afetar.”
Roberto Araújo

Aos 17 anos, através de uma rede social, a mãe de Roberto descobriu sua orientação sexual. Na tentativa de cumprir uma promessa que fazia desde que o rapaz era criança, ela tentou expulsá-lo de casa. Roberto conta que as lembranças são dolorosas a ponto de fazê-lo reviver cada segundo dos dias que vieram depois da descoberta. Constrangimentos e humilhações que duravam horas. 

Seis anos depois de ter tido que se assumir de forma intempestiva, Roberto ainda sofre com a pressão de se sentir preterido em casa. Lamenta não ter a liberdade que os irmãos têm de confraternizar com a família juntamente com o namorado. Apesar de ter se encontrado, formado rede de apoio e ter certeza que sua orientação sexual não faz dele pior que ninguém, a angústia das durezas que enfrenta ainda é capaz de tornar seus dias tristes. 

 Abraçado a coragem de ser quem é, Roberto ainda lamenta não ter a liberdade que os irmãos têm de confraternizar com a família juntamente com o namorado. Foto: Arquivo pessoal 

No Espaço LGBT da Paraíba, o perfil traçado dos usuários abarca pessoas de baixas condições socioeconômicas, negras, com renda menor ou igual a um salário mínimo e escolaridade abaixo do ensino médio. A violência física e psicológica cometida por familiares aparece em primeiro lugar nos atendimentos, seguida da LGBTfobia institucional. Também são registradas, com frequência, abusos financeiros e discriminações na rua.

De acordo com Gleidson Marques, psicólogo do Espaço LGBTQI+, as pessoas que buscam o acompanhamento terapêutico querem reportar sofrimentos causados pela lgbtfobia. Durante a pandemia, o psicólogo acrescenta os diagnósticos de depressão e ansiedade cresceram. Outro ponto que Gleidson destaca é que a quarentena tornou as pessoas mais vulneráveis às violências que acontecem em casa. 

 Segundo Gleidson, viver numa sociedade lbgtfóbica afeta a renda, as relações familiares, a autoestima e os aspectos emocionais. Ele afirma que em João Pessoa a procura dos usuários tem crescido muito. 

Para quem integra a equipe de suporte do Centro, a população LGBTQI+ sempre passou por sofrimentos psíquicos por causa das discriminações. Para além das palavras duras, exclusões no mercado de trabalho e no ambiente familiar devido à orientação sexual e/ou identidade de gênero tocam em pontos determinantes: a vida afetiva e a vida financeira. 

“Viver numa sociedade lbgtfóbica afeta a renda, as relações familiares, a autoestima e os aspectos emocionais. Em João Pessoa a procura dos usuários tem crescido muito”, explica o psicólogo. 

Em grupos minorizados também é possível encontrar dores dispostas em pirâmides. O psicólogo aponta que as mulheres trans são ainda mais afetadas. Na base das condições socioeconômicas, a pandemia piorou os acessos e as lançou numa realidade de insegurança alimentar. Gleidson Marques reitera que saúde mental é um emaranhado de fatores, e que a vulnerabilidade quanto a ter o que comer ou onde morar pode impactar muito no estado emocional dessa comunidade. 

Para ele, falar é um catalisador de cura “você tem oportunidade de colocar tudo para fora, todas as angústias, toda sua ansiedade e o que te causa dor. O atendimento terapêutico é importante por isso, só falar já facilita o paciente a compreender o que está passando”, avalia. 

Cuidado especializado

Para comunidade negra, em caso de violação, é possível buscar orientação jurídica, psico e socioassistencial no Centro da Igualdade Racial João Balula, localizado na Rua Rodrigues de Aquino, número 220, no Centro de João Pessoa. Também é possível entrar em contato pelo telefone: 3221-6328. 

No Espaço LGBT são disponibilizados atendimentos psicossociais, jurídicos, suporte do serviço social com visitas domiciliares, referência para ambulatório TT (encaminhamentos para quem deseja iniciar os procedimentos de transição de gênero) e um ambiente de biblioteca para ser acessado por quem busca o Centro. 

A unidade I do Centro Estadual de Referência dos Direitos de LGBT e Enfrentamento à LGBTfobia da Paraíba está localizado na Rua Princesa Isabel, número 164, no Centro de João Pessoa. Para solicitar informações e agendamentos é possível entrar em contato através do whatsapp (83)  9 9119 0157 ou do telefone (83) 3214 7188.