Entenda a história do primeiro meteorito achado na Paraíba, usado como enfeite de mesa no Sertão

Rocha espacial foi achada no ano de 2014 por irmãos. Confirmação de que se tratava de uma rocha especial só aconteceu neste ano.

Meteorito de 26,93kg foi achado por irmãos em Nova Olinda, na Paraíba. Foto: Edsom Oliveira/Arquivo pessoal

Classificada no último sábado (19) como o primeiro meteorito encontrado na Paraíba, a rocha achada por dois irmãos, do Sertão da Paraíba, pesa 26 quilos e mede 27 centímetros de altura. Antes disso, ela foi usado por quase seis anos como um enfeite de mesa.

A história começou quando o joalheiro Edsom Oliveira e o fazendeiro João Jarba Oliveira da Silva encontram o meteorito no ano de 2014. Os irmãos aproveitavam a seca de um lago da região para procurar por ouro ou outras pedras preciosas utilizando um detector de metais.

“Neste dia, passando por uma determinada área do terreno, no fundo enlameado do açude seco, o aparelho disparou muito forte, bem diferente de quando encontramos alguma pepita. Na mesma hora, pegamos a picareta e começamos a cavar”, recordou Edsom.

Os irmãos então levaram a pedra para a casa da fazenda de joalheiro.

“Eu falei para meu irmão: ‘é muito bonito, mas não é ouro. Vamos colocar em cima da mesa e usar como enfeite’”.

E foi assim ao longo de quase seis anos, período em que a rocha não levantou a desconfiança dos irmãos, nem de amigos e parentes.

“Algumas pessoas pegaram para ver, acharam que era chumbo, por ser pequeno e pesado, mas nunca imaginamos que era um meteorito”.

Entenda a história do primeiro meteorito achado na Paraíba, usado como enfeite de mesa no Sertão
Irmãos acharam meteorito na Paraíba no ano de 2014.

Virada de chave foi chuva de pedras em Pernambuco

A mudança de percepção começou em agosto de 2020, quando uma chuva de pedras atingiu a cidade de Santa Filomena, em Pernambuco, e atraiu a atenção de caçadores de meteoritos. Com a repercussão do caso, Edsom achou que a rocha dele também pudesse ser um meteorito.

Morando em Salvador, Edsom ligou para o irmão, na Paraíba, e falou sobre as desconfianças. “Ao ver as imagens lá de Pernambuco eu achei uma semelhança com a rocha que achamos”.

Depois disso, entrou em contato dom o pesquisador André Moutinho, que orientou o paraibano a realizar os primeiros testes e, com a possibilidade de ser realmente uma rocha espacial, uma amostra foi retirada e enviada para São Paulo, onde se confirmou que se tratava de um meteorito.

“A classificação só saiu agora em 2022, após mais de um ano de muito trabalho e de muito gasto”, avalia Edsom. O meteorito Nova Olinda agora está no Rio de Janeiro, em um cofre particular de um apartamento do paraibano.

A intenção dos irmãos é de que a rocha seja comprada pelo Governo da Paraíba para que ela fique no estado, uma vez que compradores de outros estados e até internacionais já deram lances por ela.

Em nota enviada à imprensa por volta das 9h desta terça-feira (22), a Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) da Paraíba esclarece que “não recebeu contatos para promover audiência para debater o tema, mas está disposta a agendar uma reunião com a Associação Paraibana de Astronomia para discutir o destino do meteorito”.

Com g1*