A artesã paraibana que estava desaparecida na Ucrânia e deixou o país durante a guerra, Silvana Pilipenko chegou à Paraíba neste domingo (10). Familiares e amigos foram até o Aeroporto Castro Pinto para recebê-la após difíceis momentos durante o conflito que já registra diversas mortes.
A mãe dela, dona Antônia, que mora na Paraíba, aguardava a sua chegada junto a outros familiares que também se reuniram para recebê-la no aeroporto. Silvana é casada com um ucraniano há 27 anos, que também veio com ela.
O voo em que ela estava com o marido e a sogra chegou a São Paulo nesse sábado (9), em um avião que partiu de Dubai, cidade dos Emirados Árabes. A vinda para o Brasil acontece após a chegada deles à Crimeia, região da Ucrânia anexada à Rússia em 2014.
Durante a conexão em Dubai, ela postou um vídeo nas redes sociais e pediu que os brasileiros continuem orando pelo povo ucraniano.
“Para que essa guerra chegue ao fim, para que Putin tome consciência e recue com as suas tropas. E aquela nação possa ter paz e tentar recomeçar a reconstruir tanto a cidade como reconstruir o emocional de cada pessoa, e que aquelas famílias possam se reunir, já que muitos estão separados, refugiados em países diferentes”, disse.
Entenda o caso da brasileira que deixou a Ucrânia
A brasileira Silvana Pilipenko, de 54 anos, havia falado pela última vez com a família no dia 3 de março, quando disse que a cidade estava começando a ser atacada e sofria com quedas de energia. No dia anterior, um vídeo com notícias foi enviado à família.
No vídeo, a paraibana disse que a cidade de Mariupol estava cercada e, por isso, não havia como sair de lá.
“A cidade está cercada pelas forças armadas, todas as saídas estão minadas, então é impossível tentar sair daqui nesse momento. Basicamente Mariupol faz fronteira com o país atacante, então não podemos seguir nessa direção. Se fôssemos para outra direção, no sentido Polônia ou Hungria, teríamos que atravessar todo território, o que não seria viável diante das circunstâncias e da distância”, explicou.
Ela também alertou que a comunicação poderia ser dificultada pela falta de energia elétrica.
Gabriel Pilipenko, o filho do casal de 26 anos, trabalha na marinha mercante, como o pai. Ele estava trabalhando em Taiwuan antes da guerra começar. Ele permanece na Alemanha por questões de trabalho.