Prefeitura de Campina Grande pode fazer intervenção no sistema de ônibus para retomar linhas

Mesmo com decisão judicial, quatro linhas deixaram de circular na cidade.

Em Campina Grande, transporte de ônibus vai ser de graça em alguns dias de dezembro e 2024 – Foto: Divulgação/STTP

O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD) disse, nesta segunda-feira (9), que a prefeitura pode fazer uma “intervenção parcial ou total do sistema” de transporte público por conta da suspensão de quatro linhas de ônibus que circulam pela cidade. As linhas 903-B, 910, 902 e 955, que ligam a cidade aos distritos, continuam inativas mesmo após uma decisão judicial contra o  Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros (Sitrans).

“Se essas pessoas não voltarem a ter o direito ao transporte público atendido, nós vamos ter que fazer a intervenção no contrato mediante ao que está exposto nos artigos 32, 33 e 34 da Lei de Concessões Públicas”, disse. O prefeito também informou que a administração municipal deve recorrer à Justça novamente, cobrando o retorno das linhas.


“Nós podemos fazer a intervenção parcial ou total do sistema. Ou a gente faz a intervenção parcial, assumindo por exemplo só essas linhas que estão dando problema. Ou fazemos a intervenção total, em todo o contrato, por um prazo de ate 180 dias, seis meses, e apuradas as irregularidades, podemos neste transcurso abrir inclusive uma nova licitação e denunciar o contrato por falta de cumprimento entre as partes”, disse Bruno durante uma transmissão ao vivo nesta segunda-feira (9).

Sobre a denúncia do Sitrans de que a prefeitura estaria fazendo um repasse de R$ 0,13 por cada passagem em vez de R$ 0,55 como prometido, o prefeito de Campina Grande argumentou que, na verdade, esse repasse não é obrigatório.

Disse ainda que não se trata de um acordo e, sim, de uma determinação prevista em uma lei complementar que prevê o repasse de subsídios em caso de necessidades, para fins de equilíbrio fiscal.

No entanto, na situação em que as empresas desejavam, não seria um subsídio, mas sim, aumentaria ainda mais o lucro dessas empresas, conforme o prefeito.

A direção do Sitrans, mas não deu resposta até a publicação desta matéria.

Em caso de não cumprimento à decisão da Justiça, as empresas pagarão uma multa diária de R$ 20 mil, e podem responder a um processo criminal por desobedecer a decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública de Campina Grande, que determina o retorno dos ônibus.