Paraibana que trabalhava como diarista é encontrada morta no Rio de Janeiro; um suspeito foi preso

Apartamento ficou destruído após um incêndio. Corpos de Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, e de Alice Fernandes da Silva, de 51 anos, foram encontrados com com cortes no pescoço. A idosa teve o corpo carbonizado.

Foto: Aline Fernandes/Arquivo pessoal

A paraibana Alice Fernandes da Silva, de 51 anos, foi encontrada morta no final da tarde desta quinta-feira (9), em um apartamento no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro. Ela trabalhava como diarista há 20 anos no imóvel de Marta Lopes, de 77 anos, que também teve o corpo carbonizado após um incêndio no mesmo local.

De acordo com a Delegacia de Homicídos do Rio de Janeiro, familiares relataram um desentendimento entre dois pintores e a dona do apartamento. Eles realizaram obras no imóvel dela e o filho relatou, inclusive, que ela vinha sofrendo subornos oriundos dos profissionais.

Hilário Rodrigues Leite, de 62 anos, era casado com a paraibana. Ele contou que no horário do incêndio, a esposa não deveria estar mais lá.

“Dizem que dois caras no apartamento e que esses caras fizeram serviço lá no apartamento e que deixaram entrar. Eles disseram que a senhora Marta deixou entrar. Não se sabe se é verdade ou não. Ontem, não sei o que aconteceu. Essa hora não era para ela estar mais lá”, contou Hilário ao Instituto Médico Legal (IML) do RJ.

Cássia Prudêncio, que era amiga da paraibana, contou que ela trabalhava na casa de Marta pelo menos três vezes na semana. “Ela era muito protetora, acredito que ela foi defender a patroa”, contou.

A amiga também relatou que “todo mundo amava a Alice. As pessoas estão comovidas com tudo o que está acontecendo. Quando ela veio da Paraíba para o Rio de Janeiro, ela só comia pão com guaraná natural até conseguir comprar um apartamento. Ela morava em São Cristóvão e fazia questão de ter a família reunida”.

Alice morava em São Cristóvão, na zona norte. A paraibana deixa três filhos e 6 netos.

Alice Fernandes da Silva, paraibana morta no Rio de Janeiro
Foto: Reprodução/Redes sociais

Um dos suspeitos foi preso

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Jonatan Correia Damasceno, nesta sexta-feira (10), na favela de Acari, na zona norte do Rio. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios.

O suspeito, que trabalhou como pintor para a idosa, confessou que teria participado da ação criminosa, segundo informou o delegado Alexandre Herdy.

Durante o depoimento, Jonatan também disse que ele e William Oliveira Fonseca – o outro pintor, ficaram no apartamento com as mulheres por cerca de 3 horas.

“Eles serão autuados pelo crime de roubo seguido de morte, conhecido como latrocínio, pelo crime de incêndio e pelo crime de extorsão, uma vez que restou provado ao longo das investigações que eles coagiram a vítima a assinar pelo menos três cheques no valor de R$ 5 mil cada e efetivaram os saques”, completou o delegado.

A Polícia Civil segue realizando buscas por William Oliveira Fonseca, segundo suspeito de ter cometido o crime.

O incêndio no apartamento onde aconteceu o crime pode ter sido provocado pelos suspeitos.

Fachada do Edifício Murca, na Avenida Ruy Barbosa, no Flamengo, local do crime
Foto: Reprodução/TV Globo