Os ônibus que atendem à população dos bairros Grotão e Colinas do Sul, em João Pessoa, têm sido alvo de assaltos durante o percurso realizado até o Centro da cidade. Motoristas e fiscais reclamam que os crimes acontecem, principalmente, no fim da tarde e durante a noite. Os profissionais já conhecem a rota utilizada pelos assaltantes e afirmam que os crimes são anunciados principalmente no viaduto das Três Lagoas e no Distrito Industrial.
“Quando a gente chega ao viaduto das Três Lagoas já espera que o assalto seja anunciado. Eles pegam o ônibus no Grotão, Funcionários ou até mesmo na feira de Oitizeiro e esperam o momento que o ônibus passa por baixo do viaduto para roubar todo o dinheiro de passageiros e do cobrador para depois fugirem em direção à comunidade Gauchinha,” explicou o fiscal Erivaldo Soares.
Áreas do Distrito Industrial que estão sem iluminação pública facilitam a fuga dos bandidos e a prática de assaltos. “A gente só vê a correria. Depois que assaltam os coletivos eles fogem em direção às comunidades do Sesi e Gauchinha. Pode até ser que eles venham de outros bairros, mas recebem a proteção de criminosos que moram aqui na região,” afirmou um morador que preferiu não se identificar.
O fiscal Vinícius Pereira revelou que no período da manhã, os casos mais registrados no interior dos ônibus são adolescentes que tentam entrar sem pagar a passagem. “A gente não pode fazer nada, não vamos entrar em discussão porque pode ser arriscado. Mas, aqui no Colinas do Sul a situação é tranquila e dá para trafegar normalmente,” disse.
O diretor-executivo da Associação das Empresas de Transporte Coletivo de João Pessoa (AETC-JP), Mário Tourinho, afirmou que a violência no interior dos coletivos já diminuiu muito. Ele não forneceu dados, mas informou que os ônibus estão sendo equipados com câmeras para coibir assaltos.
Já o subcomandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, o major Alecsandro Medeiros, afirmou que a polícia tem realizado ações para prevenir assaltos a ônibus e citou a Operação Nômade como sendo uma das principais. “Nas operações nós realizamos abordagens, justamente para coibir estes crimes. A gente pode perceber que o número de assaltos diminuiu, no entanto sabemos que o criminoso escolhe o momento oportuno para agir, quando não há fiscalização,” disse o major.
