Uma investigação realizada em conjunto pelas polícias Civil (PC) e Rodoviária Federal (PRF) durante mais de 2 meses terminou ontem na prisão de uma dupla acusada de aplicar golpes no comércio e em aposentados de pelo menos três Estados do Nordeste. Segundo a polícia, os suspeitos integrariam um grupo que também criaria empresas fantasmas, para conseguir crédito junto a estabelecimentos comerciais. Em dois meses, os golpes teriam chegado a R$ 132 mil. A polícia investiga a ação do grupo na Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
O advogado Andris Benedictus Figueirêdo de Morais, de 56 anos, e Alessandro José Carvalho de Clemente, de 36 anos, foram presos em Campina Grande e em João Pessoa, respectivamente, e deverão responder pelos crimes de falsificação de documentos públicos e estelionato. As prisões foram realizadas atendendo a mandados expedidos pelo juiz Eslu Eloy Filho, da 5ª Vara da Comarca de João Pessoa. Natural de Recife, capital pernambucana, Andris Figueirêdo estava há 15 dias residindo em Campina Grande. Na casa onde ele estava, no bairro do Alto Branco, os policiais apreenderam várias carteiras de identidade falsas, dinheiro e documentos que estariam sendo utilizados nas fraudes. Alguns dos documentos supostamente falsos tinham como origem os Estados de Santa Catarina e Espírito Santo.
“O principal foco deles era a criação de empresas fantasmas, que simplesmente não existem. Em um dos casos, ele abriu uma empresa na área da construção civil e comprou um caminhão carregado de equipamentos e produtos. Como referência, ele colocou empresas também criadas por ele, que não existiam”, relatou o inspetor da Walber, da PRF. Pelo menos seis empresas foram identificadas.
No entanto, conforme a polícia, os golpistas também agiam fazendo como vítimas instituições bancárias e aposentados.
“Identificamos nos últimos dois meses 8 saques feitos de contas de pessoas. As pessoas nem sabiam que estavam sendo vítimas dos golpes e quando menos esperavam se deparavam com a fraude. Nosso objetivo agora é continuarmos a investigação para identificarmos o restante da quadrilha. Eles são apenas integrantes, com certeza há outras pessoas que faziam parte do esquema”, relatou o delegado titular da Delegacia de Vigilância Geral, Iasley Almeida.
Andris Benedictus Figueirêdo foi detido quando saía de casa, no bairro do Alto Branco. Ele foi levado para a Central de Polícia de Campina Grande, onde prestou depoimento.
