Seds registra 72 assassinatos de mulheres na PB

No ano passado 146 mulheres foram vítimas de homicídio na Paraíba.

A violência contra mulheres na Paraíba não escolhe classe social ou idade. Em um período de menos de 12 horas, entre a última terça-feira e madrugada de ontem, três mulheres foram assassinadas barbaramente no Estado. Conforme dados da Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds) este ano, 72 mulheres foram assassinadas na Paraíba. A Região Metropolitana de João Pessoa e Campina Grande lideram os números. No ano passado 146 mulheres foram vítimas de homicídio na Paraíba.

Entre as vítimas da violência assustadora está a professora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Briggida Rosely de Azevedo Lourenço, morta supostamente por asfixia que teria sido provocada pelo ex-marido, Gilberto Lyra Stuckert Neto, em seu apartamento no bairro Bancários, em João Pessoa.

Na manhã de ontem, o sentimento era de luto no prédio onde a professora residia e foi encontrada morta na última terça-feira.

Ainda consternados com a morte prematura, os vizinhos preferiram não comentar o crime. O corpo de Briggida Lourenço teria sido encontrado por volta das 17h, de bruços na sala do apartamento 203, do edifício Pétalas, por uma vizinha. “Era uma grande amiga e estamos traumatizados. Preferimos guardar silêncio sobre este crime”, disse o vizinho.

O suspeito do crime, Gilberto Stuckert, fugiu e até o momento não foi localizado. As informações e foto do suspeito foram disponibilizadas para todas as viaturas das Polícias Militar, Civil e Federal, além de ter sido repassada para os aeroportos de João Pessoa, Brasília e estados vizinhos.

Conforme o delegado Antônio Brayner, aproximadamente oito pessoas já prestaram depoimento sobre o crime, entre familiares e vizinhos que conviveram com o casal.

“Passamos a noite inteira trabalhando nesse caso que está evoluindo e já apresenta 85% de encaminhamento. Nenhum vizinho ouviu barulhos vindos do apartamento da vítima. No local algumas cadeiras estavam caídas, o que pode ser resultado de uma suposta luta corporal, porém a dinâmica do crime, a exemplo da hora exata da morte, será esclarecida apenas com o resultado da perícia,” explicou o delegado Antônio Brayner.

Ainda conforme o delegado, ao ser encontrado, o corpo da vítima já apresentava rigidez cadavérica, denunciando que o assassinato teria acontecido pelo menos cinco horas antes. Em uma perícia preliminar, o perito do Instituto de Polícia Científica (IPC) adiantou à Polícia Civil que a morte da professora foi provocada por asfixia. “Aguardamos agora o resultado de um exame realizado nas unhas da vítima que pode apontar vestígios de pele, forte indício de que ela teria tentado se defender,” afirmou Antônio Brayner.