Roosevelt Vita diz que torturas nos presídios da PB não são novidades

Secretário de Administração Penitenciária diz que tortura nos presídios paraibanos não é novidade, mas diz que trabalha na base da “investigação e punição”.

Phelipe Caldas

O secretário de Administração Penitenciária, Roosevelt Vita, declarou na tarde desta terça-feira (14), em entrevista à Rede Paraíba Sat, que as práticas de tortura nos presídios paraibanos não chegam a surpreender as autoridades, mas que durante o Governo Maranhão o que prevalece é um trabalho ininterrupto de “investigação e punição” dos culpados, para assim coibir que “práticas lamentáveis” como estas se repitam.

Sobre o vídeo que vazou pela internet e que mostra o autor da chacina do Rangel, Carlos José dos Santos, sendo torturado por possíveis agentes penitenciários, o secretário diz que o caso é grave, mas que não foram as imagens as responsáveis pelo afastamento do diretor Dinamérico Cardin do Presídio do Roger.

“Nosso serviço de inteligência já tinha identificado o problema. Afastamos o diretor e nomeamos um interventor imediatamente. Isto aconteceu antes mesmo do vídeo vazar para a internet”, declarou Roosevelt Vita.

Especificamente sobre Dinamérico, o scretário tentou passar a responsabilidade pelas suas condutas (independente do que será provado na sindicância que foi aberta para investigar o caso) ao Governo Cássio. “O ex-diretor estava há sete anos no sistema prisional paraibano. Ele não é um produto da nossa administração, mas sim do governo anterior”, frisou.

Vita lembra também que em quatro meses de Governo Maranhão já foram afastados cinco agentes penitenciários acusados de corrupção no Presídio do Serrotão, em Campina Grande, e outros quatro diretores de presídios da Paraíba.

Ele lembou também da superlotação do sistema na Paraíba e disse que no Estado existem 17 presídios, 61 cadeias públicas e nove mil presos que se amontoam em celas lotadas. “Com tudo isto fica difícil resolver os problemas, mas estamos empenhados neste sentido”, prosseguiu.

Sobre o último concurso público para agentes penitenciários, realizados ainda no Governo Cássio, Vita disse que o ex-governador nomeou agentes que nunca tinham pegos em uma arma e não saberiam nem mesmo se defender.

Ele disse que aquilo era um "absurdo" e que antes de empossar novos agentes vai fazer com que eles passem por um treinamento mais rígido, mas que ainda assim 300 novos agentes devem ser convocados ainda nos próximos meses.

Por fim, ele disse que sempre que alguém for pego em atos ilegais o servidor será afastado, mas disse que é preciso ter cuidado, porque muitas vezes acontecem denúncias políticas infundadas, que tinham o único objetivo de tumultuar o ambiente administrativo no Governo do Estado.