Aumento do gás natural veicular deve sair na próxima sexta

Reajuste será comunicado aos consumidores paraibanos em audiência pública no Bristol Marinas Hotel, na praia de Cabo Branco, em João Pessoa.

Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba

O novo reajuste do gás natural será comunicado aos consumidores paraibanos em audiência pública na próxima sexta-feira (9). A Companhia Paraibana de Gás (PBGás) informou que “a proposta de majoração das tarifas do serviço de gás canalizado no Estado deverá vigorar a partir de 1º de maio”.

Segundo o gerente de Regulação e Planejamento da PBGás, Ademar José de Souza Neto, o índice de reajuste somente será apresentado no dia da audiência, no Bristol Marinas Hotel, na praia de Cabo Branco, em João Pessoa.

“A Petrobras deverá comunicar a taxa do reajuste trimestral amanhã, mas a PBGás somente vai decidir se repassará ou não o índice após avaliar cálculo e discutir a proposta com a Petrobras”, revelou o gerente de Regulação e Planejamento. O contrato assinado pela Companhia Paraibana de Gás, de longo prazo, com a estatal prevê reajuste a cada trimestre do gás natural.

Ademar José de Souza Neto lembrou que “a PBGás absorveu integralmente o último reajuste de 2,39%, que seria aplicado em 1º de fevereiro deste ano”, mas não há garantia que essa decisão será novamente tomada pela empresa distribuidora de gás natural.

“Independente do reajuste, o gás natural continuará competitivo no mercado. Para se ter uma ideia do custo benefício para os veículos, o GNV faz R$ 0,15 por quilômetro rodado, enquanto a gasolina R$ 0,24 e o etanol R$ 0,25 por quilômetro rodado, ou seja, o preço do GNV para quem tem o cilindro no carro ainda continua competitivo”, comparou o executivo.

Com vendas estáveis, o preço do metro cúbico do GNV, de acordo com os dados da PBGás, atualmente repassado para os donos de postos de combustíveis, chega a R$ 1,27 (incluído impostos), enquanto o metro cúbico do gás natural para a indústria custa R$ 1,17 (incluído impostos). Contudo, o gerente de regulação admitiu que a PBGás tem o valor maior que o cobrado no Rio Grande do Norte. “Lá, o gás conta com o subsídio porque ao Estado é produtor”, justifica Ademar Souza Neto.

O diretor de gás natural do Sindicato dos Postos do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado da Paraíba (Sindipetro-PB), Fábio Nogueira, criticou mais uma vez a política da Petrobras de reajuste trimestral do gás natural.

“O sentimento do setor sempre é de indignação contra esses aumentos trimestrais, principalmente quando sabemos que a Petrobras diariamente queima ainda 20 milhões de metros cúbicos de gás natural por não ter como canalizar para explorar. Com essa política trimestral de reajuste, a Petrobras não apenas vai provocar retração no consumo do GNV, mas também provocar problemas sociais como demissão no segmento. Sabemos que a diretoria da PBGás está tentando mais uma vez se esforçar para minimizar os aumentos trimestrais, mas precisamos que os órgãos como Procon e o Ministério Público Estadual participem mais dessas audiências para entender como se encontra o setor”, cobrou Nogueira.

O último reajuste do gás natural ocorreu no 1º de novembro do ano passado, com aumento médio de 5,73%. Das quatro datas da política trimestral em 2009, houve queda em dois deles: fevereiro (-1,03%) e maio (-1,44%), mas as altas foram maiores: agosto (4,43) e novembro (5,73%).

Para o gerente Ademar José de Souza Neto, uma das saídas para diminuir o peso dos reajustes trimestrais do gás é a participação nos leilões de curto prazo. Segundo o gerente, as empresas que participaram do leilão para compra de excedente do gás natural de abril a junho deste ano. “As quatro indústrias que participaram do leilão do curto prazo vão economizar, em média, 34% do custo do metro cúbico nesse próximo trimestre, quando comparado ao preço médio comercializado no longo prazo, que vem sendo reajustado trimestalmente pela Petrobras”, apontou o gerente, informando que a maior participação de empresas paraibanas em leilão de curto prazo.