SPU pode demolir 290 imóveis irregulares em Camboinha e no Poço

Força-tarefa será organizada para notificar proprietários dos imóveis, que terão um prazo de 30 dias para derrubar as construções erguidas em área da União.

Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba

Cerca de 290 imóveis construídos irregularmente à beira-mar nos bairros de Camboinha I e II e Poço, em Cabedelo, deverão ser demolidos. A informação é do chefe da Divisão de Gestão Patrimonial da Superintendência do Patrimônio da União no Estado da Paraíba (SPU/PB), Giovanni Marinho. Segundo ele, uma força-tarefa será organizada para realizar a notificação dos proprietários dos imóveis que terão um prazo de 30 dias para derrubar as construções erguidas em área da União.

De acordo com o chefe da SPU, há uma reclamação histórica de moradores sobre a construção de residências à beira-mar, ocupando o espaço da União. “Temos um levantamento indicando que 290 imóveis estão irregulares em Camboinha e no Poço”, afirmou Marinho. “Os proprietários serão notificados e terão prazo de 30 dias para recuarem voluntariamente”, informou Marinho. Caso a determinação não seja respeitada, os espaços serão demolidos.

Em breve a SPU deverá concluir o trabalho de atualização dos cadastros dos proprietários de imóveis em Cabedelo. Essa fase do trabalho conta com a participação da Prefeitura Municipal que foi convidada para fornecer os endereços dos proprietários dos imóveis presentes no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

A etapa seguinte será a notificação dos proprietários de imóveis e, após 30 dias, a formalização de uma força-tarefa, formada por várias entidades, que deverá inspecionar se o recuo das construções foi executado e, caso contrário, será feita a demolição dos que permanecerem ocupando terreno da União.

Entre as construções que avançaram em terreno da União estão residências e estabelecimentos comerciais. Moradores reclamam que algumas ocupações impedem a circulação de banhistas quando a maré está alta.

O engenheiro em segurança Hermano Ramos reclama que em Camboinha I, o proprietário de uma residência construiu um muro de arrimo e colocou sacos de areia e pedras para impedir o avanço do mar, contudo a ação provoca transtonos para banhistas e pessoas que gostam de caminhar pela areia. “Nos dias de maré alta, ninguém consegue passar. Não dá para saber onde tem pedra e onde é apenas água do mar”, revelou. “Essa construção impede que o caminhante siga adiante, é uma barreira para todas as pessoas, inclusive turistas reclamam que não veem situação semelhante em nenhum outro trecho da orla”, afirmou Ramos.

Segundo Giovanni Marinho, a retirada das áreas ocupadas irregurlamente visa a atender reclamações históricas de moradores. “O objetivo é retomar os espaços públicos privatizados por particulares de maneira que o povo possa utilizar sua orla dentro da legislação”, argumentou o chefe da divisão de gestão da SPU.

Ainda de acordo com Marinho, em relação ao Bessa, as ações para o bairro já foram encerradas no ano passado. Seguem apenas algumas pendências judiciais. Na ocasião, os donos de 40 propriedades foram notificados sobre a necessidade do recuo de suas edificações por estarem invadindo área da União. Do total, 28 não realizaram recuo, sendo que nove propritários residenciais foram multados e outras sete propriedades não realizaram o recuo, devido a liminar da Justiça. Cinco casas foram demolidas.