CRM acusa médicos de atenderem irregularmente no Trauma

Segundo João Medeiros, profissionais do Rio de Janeiro não têm autorização para atuar na PB. Presidente questiona preparo dos médicos no atendimentos de alta complexidade.

Jhonathan Oliveira

O presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, João Medeiros, comentou nesta segunda-feira (6) a contratação de médicos do Rio de Janeiro para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Segundo ele, o Governo do Estado agiu de forma precipitada ao trazer os profissionais do Sudeste. Ele afirmou também que os cinco profissionais trabalharam durante o fim de semana de forma irregular, pois não tinham autorização do CRM.

João Medeiros disse que os médicos deram entrada em permissões de trabalho provisórias, no CRM, na tarde da última sexta-feira (3). Porém eles deixaram de apresentar alguns documentos para que a permissão fosse concedida. “Faltava inclusive a carteira de médico de alguns. Sem a permissão eles não deveriam ter atendido”, disse.

O presidente disse ainda que alguns dos médicos não teriam concluído a residência médica. Em função disso, ele questionou se os profissionais teriam o preparo necessário para exercer a função no Hospital de Trauma. “Será que eles tem a habilidade necessária para fazer um atendimento de alta complexidade”, indagou João Medeiros.

Segundo o dirigente, os médicos do Rio de Janeiro têm o direito de exercer a profissão na Paraíba, desde que estejam autorizados pelo CRM. “ É um direito que o médico tem, não queremos impedir o direito de ninguém, de forma alguma nós vamos obstacular isso”, completou.

Para ele o Governo agiu de forma precipitada, pois o diálogo entre os médicos do Trauma e a Secretária de Saúde já estava praticamente resolvida . Segundo João, a contratação serviu para realçar os ânimos. “Contratação foi uma medida desnecessária, houve precipitação que ao meu entender só serviu para realçar os ânimos”, afirmou.

No início da manhã desta segunda-feira a reportagem do Paraíba1 procurou a Secretaria de Saúde do Estado para confirmar a contratação dos médicos cariocas, mas a assessoria não tinha informações sobre a vinda dos profissionais de Saúde do Rio de Janeiro. A assessoria disse ainda que estava tentando entrar em contato com o secretário Waldson de Souza para ter mais detalhes sobre o caso.