Internações por asma têm redução de 18,9% na Paraíba

Queda foi de 6.212 casos em 2008 para 5.034 em 2010. Este ano foram 1.718 até maio

Nos últimos cinco anos, grandes avanços ocorreram no tratamento da asma. No Brasil, esse progresso tem sido percebido principalmente na assistência a pacientes com a doença atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde, o número de internações na rede pública de saúde, caiu 51% nos últimos 10 anos: diminuiu de 397.333, em 2000, para 192.601, em 2010. Na Paraíba, essa redução também vem sendo sentida, principalmente nos últimos três anos. De acordo com informações do DataSus, entre os anos de 2008 e 2010 o número de internos por asma no Estado sofreu uma redução de 18,9%. Em 2008, a Paraíba registrou 6.212 casos e em 2010 esse número caiu para 5.034. Este ano, até maio, 1.718 pessoas procuraram atendimento na rede pública de saúde.

Conforme o Ministério da Saúde, a queda do número de internações se deve, principalmente, à ampliação da oferta de medicamentos que tem melhorado a qualidade de vida dos doentes em todo o país. A alergologista Christiane de Ferrer, destaca que de dez anos para cá, o tratamento da asma tem sido muito mais moderno e eficaz.

“O uso de corticoide inalado nos tratamentos para asma melhoraram bastante a vida dos doentes, que hoje têm um tratamento muito mais moderno e sem tantos efeitos colaterais”, diz a médica, explicando que antes os pacientes faziam o tratamento com corticoide via oral e sofriam muito com os efeitos colaterais como obesidade, cegueira, problemas de crescimento, osteoporose, dentre outras complicações que limitava a rotina deles.

CONTROLE

Adriana Araruna Serafim, que também é médica alergologista, destaca que a quantidade de medicamentos para tratamento e profilaxia da asma vem promovendo um melhor controle dos sintomas, normalização e estabilização da função pulmonar, com consequente redução de absenteísmo escolar e profissional, redução da utilização dos serviços de saúde e melhoria da qualidade de vida. A esteticista Lucidalva Santos Bezerra, de 28 anos, que convive com a doença desde os sete anos de idade, expressa bem essa realidade. Segundo ela, há cerca de três anos, seu cotidiano era rodeado de privações.

“Minha vida social era bastante limitada, porque a asma me fazia ser interna pelo menos duas vezes na semana”, diz ela, que tinha repetidas crises asmáticas no mês.

Agora, com a oferta de medicamentos mais modernos e a custos menores, sua vida mudou e ela afirma ter, pela primeira vez, qualidade de vida. “Hoje posso dizer que tenho qualidade de vida. Minhas crises passaram de ser semanais para a cada três ou quatro meses”, destaca.