Ponte destruída em julho só ficará pronta em 2012

Desde o rompimento da cabeceira do rio que a ponte que liga os municípios de Cruz do Espírito Santo a João Pessoa está interditada.

Luciana Oliveira

Do município de Cruz do Espírito Santo a João Pessoa há uma distância de cerca de 25 quilômetros (km). No entanto, desde julho deste ano, com o rompimento da cabeceira da ponte da Batalha, chegar a essa cidade do Brejo, saindo da capital ou de Santa Rita, a viagem aumentou o seu percurso quase três vezes.

Saindo de João Pessoa, é preciso trafegar pela BR-230 e PB-004 e percorrer em torno de 70 km para se chegar à cidade ou então atravessar o rio Paraíba de canoa. Como a recuperação da ponte poderá demorar até um ano para ficar completamente pronta, está sendo feito um acesso emergencial que deverá ser entregue à população em um prazo de 15 dias.

As obras estão sendo feitas pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) e têm um custo estimado de R$ 1,5 milhão. De acordo com o diretor de manutenção do DER, Antônio Fleming, o prazo para que toda a obra esteja pronta é de seis meses a um ano. Além da recuperação e escoramento metálico da ponte, será construída uma passarela para pedestres e o desvio provisório. “Esse é um serviço caro, delicado e difícil de ser feito. É preciso um prazo longo para que a obra seja feita com segurança”, explicou Fleming.

Situação ruim

Segundo o prefeito de Cruz do Espírito Santo, Rafael Fernandes, “a situação das pessoas que precisam se deslocar para João Pessoa para estudar, trabalhar ou procurar um médico está muito ruim”.

O prefeito acredita que a obra completa da ponte só fique pronta no final de 2012. “Até lá, o povo ainda vai sofrer muito, pois esse acesso provisório, chamado de ‘passagem molhada’ só pode ser usado enquanto não há chuva, enquanto o rio não sobe”, disse Rafael.

O diretor de manutenção do DER explicou que as obras de recuperação e desvio não puderam ser iniciadas antes, por conta do grande volume de água. “Este ano houve muita chuva na bacia do baixo Paraíba. Para podermos colocar as máquinas e iniciar o trabalho era preciso esperar a diminuição do volume de chuva”, explicou Antônio Fleming, acrescentando que todos esses detalhes foram esclarecidos na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Cruz do Espírito Santo, no início de agosto. “Até agora, tudo que o DER acordou está sendo cumprido”, completou Rafael Fernandes.

Percurso de canoa

Para quem depende da ponte diariamente e não tem transporte próprio para fazer a viagem pela BR-230, a solução é atravessar o rio Paraíba de canoa.

“Aqui, de manhã cedo, fica uma fila enorme de passageiros para pegar a canoa. São mais de 200 pessoas esperando um único barco”, afirmou Fernando Felipe Silva, que mora em Cruz do Espírito Santo e trabalha em João Pessoa. “Eu faço o percurso de canoa todo dia, mas quando venho com meus filhos, vou de carro pela BR-230 porque eles têm medo de atravessar o rio”, completou.

Logo após o rompimento da cabeceira da ponte, em julho, com o rio cheio, o Corpo de Bombeiros auxiliava no tráfego pelo rio e limitou o número de oito passageiros por viagem e com coletes.

Agora, o nível do rio está mais baixo e a canoa leva quase 20 pessoas por percurso. Não há coletes, nem salva-vidas. Os passageiros não pagam pela viagem, que é patrocinada pela prefeitura.

Após atravessar o rio, os moradores usam o transporte alternativo para chegar a Cruz do Espírito Santo ou Sapé. Na cabeceira da ponte ficam estacionados cerca de 50 motos e dez carros que fazem o serviço de “táxi”.

“O jeito é pegar a moto- táxi depois da canoa para poder chegar em casa”, afirma o mecânico Manoel Paulino, que trabalha em Santa Rita e mora em Espírito Santo. Da ponte até seu município, ele paga R$ 2,00. Quem vai para Sapé no moto-táxi o valor do percurso é de R$ 10,00.