Teatro Santa Roza tem histórias de fantasmas

A mulher de branco que assombra a Fortaleza de Santa Catarina talvez seja a mesma que frequenta o Teatro Santa Roza, em João Pessoa. Que o diga dona Celina da Silva, uma das funcionárias mais antigas do teatro. Ela conta que, há cerca de 10 anos, estava varrendo o palco do Santa Roza, atividade rotineira, quando viu a mulher de branco em um dos camarotes, a observando.

"Minha filha, eu soltei a vassoura e corri para fora, gritando, desesperada, morrendo de medo”, declara Celina. Segundo ela, o que mais impressionou foi o fato da mulher de branco está olhando para ela, calmamente, como se acompanhando sua atividade. “Lembro que ela estava sentada com as pernas cruzadas e que era loira de cabelos cacheados”, afirma, com veemência.

Outros mistérios sobrenaturais rondam o Santa Roza, conforme relatos de funcionários. Passadas misteriosas quando o teatro está praticamente vazio, vozes e sussurros perdidos pelos corredores, piano que toca sozinho etc. “Outra vez, eu ia passando pelo camarim quando escutei um ‘psiu’ bem forte. Voltei, mas não havia ninguém”, diz Celina.

Ela associou o fato à morte precoce de um dos atores do espetáculo Pastoril Profano, ocorrida semanas antes. Mais uma vez, ela foi tomada pelo medo. “Eu nem deveria falar sobre essas coisas do além”, diz. E depois dessas experiências nada agradáveis, dona Celina hoje se recusa a ficar sozinha no Teatro Santa Roza.

Por outro lado, há quem ache graça nessas histórias. É o caso de seu Waldemar Dornellas, 68 anos, o funcionário mais antigo do teatro. “Isso não existe, é coisa da imaginação deles”, opina. “Eu trabalho aqui todos esses anos e nunca vi nada de assombração”, acrescenta. Não viu, mas já ouviu muitas histórias de terror e suspense. Histórias das quais ele nem consegue lembrar dos detalhes, de tantas que foram.

Apesar de dizer que não acredita, Dornellas relata uma história, no mínimo, intrigante: “Eu tinha acabado de abrir o teatro quando uma mulher ligou para cá perguntando se era verdade que o teatro já teria sido incendiado. Eu disse que não e ela desligou”, lembra. Minutos depois, chegou um homem e fez a mesma pergunta. “Respondi isso agora mesmo. Foi o que disse a ele”, comenta.

Para surpresa de Dornellas, o homem disse que embaixo do Santa Roza havia muitos espíritos e que ele estava ali para desenterrá-los. “Sei que depois chegou uma mulher vestida de branco, muito bonita, que apanhou muito no porão do teatro por esse homem que lhe falei”, destaca o cenotécnico. “Fiquei paralisado, mas não saí. Eu queria ver a cena”, completa. Depois desse episódio, segundo Dornellas, as assombrações sumiram.