Feirantes terão linha especial de crédito para recuperar barracas

Valor máximo do financiamento será de R$ 15 mil e mínimo de R$ 100,00, com juros de 0,5% ao mês e financiado em até 48 vezes.

Os comerciantes que tiveram suas bancas destruídas após o incêndio na Feira Central de Campina Grande, ocorrido na última quarta-feira, serão beneficiados com uma linha especial de crédito, através do Programa Empreender Paraíba, do Governo do Estado.

Segundo Tárcio Pessoa, secretário executivo do programa, 22 feirantes terão acesso à linha de crédito individual. O valor máximo do financiamento será de R$ 15 mil e mínimo de R$ 100,00, com juros de 0,5% ao mês e financiado em até 48 vezes.

“Uma equipe técnica já está em campo averiguando as necessidades de cada um deles. O dinheiro deverá ser destinado para a reconstrução das bancas e também como capital de giro”, explicou Tárcio.

A Prefeitura de Campina Grande também disponibilizou, através da Agência Municipal de Desenvolvimento Econômico (Amde), uma linha de crédito, voltada para pequenos negócios, que varia entre R$ 200,00 e R$ 4 mil. Porém, os feirantes afirmam que a alternativa oferecida pela prefeitura é inviável já que a primeira parcela deverá ser paga em 30 dias.

O comerciante Israel Neves de Oliveira, 51 anos, tinha uma barraca de bolsas e acessórios. Segundo ele, o prejuízo foi de R$ 23 mil. “Além do prejuízo com a perda das mercadorias, já deixei de faturar cerca de R$ 1.500,00 até hoje, como vou pagar o empréstimo no próximo mês se perdi minha fonte de renda?”, indagou. Para Israel, o empréstimo oferecido através do Empreender seria mais indicado, já que eles terão uma carência inicial de quatro meses para quitar a primeira parcela.

Francisco Dantas, coordenador da Amde, informou que o crédito oferecido tem uma taxa de juros diferenciada, com 1,8% ao mês, normalmente a taxa seria de 2,5%. O financiamento pode ser feito em até 12 meses, com a primeira parcela em 30 dias. “Não fomos informados pelos comerciantes que eles não podem pagar o empréstimo, mas no momento é o que temos condição de oferecer”, informou.

Enquanto o dinheiro não é liberado, os feirantes estão reconstruindo suas bancas com ajuda de amigos e demais comerciantes do local. “Voluntários e amigos doaram cimento, tijolos e até mão de obra para nos ajudar neste momento difícil”, disse o feirante Marcos Antônio Vital, 54 anos.

Marcos sustenta sua família vendendo coco seco, na banca que foi totalmente destruída pelo fogo. Graças à generosidade de um comerciante do local, que cedeu espaço no seu galpão, ele continua comercializando seu produto. “Temos que usar a criatividade para recuperar o prejuízo, pois preciso continuar pagando minhas contas”, concluiu o feirante.

Alex Azevedo, secretário de Obras do município, disse que a prefeitura está analisando as possibilidades jurídicas de assumir as despesas na reconstrução dos estabelecimentos comerciais, além de disponibilizar a linha de crédito especial.