Médicos alertam para risco da automedicação

Em vez de curar, o remédio pode ter exatamente o efeito contrário, caso usado de forma errada.

O excesso de medicação e seu uso descontrolado pode levar o paciente a ter sérios problemas de saúde. Em vez de curar, o remédio pode ter exatamente o efeito contrário, caso usado de forma errada. Por isso, os médicos alertam com tanta frequência sobre o problema da automedicação. Um simples analgésico ou anti-inflamatório ingerido sem um acompanhamento médico pode causar desde uma indisposição ou simples reação alérgica, até uma hemorragia digestiva grave ou mesmo um choque anafilático fatal.

Para o neurologista Marcos Smith, não existe remédio seguro para automedicação. “O uso indiscriminando de remédios não é causado apenas pela própria pessoa, mas por familiar, vizinho, balconista de farmácia ou propaganda. O paracetamol, por exemplo, é tomado por muita gente, com toda a segurança, mas se tomado em excesso pode provocar hepatite medicamentosa”, destacou o médico.

A dona de casa, Maria de Lourdes Pontes, é um desses exemplos típicos. Ela conta que frequentemente toma anti-inflamatórios para dores na coluna e, dipirona, para dores de cabeça. “Só vou ao médico para controlar minha pressão arterial, e aí tomo o remédio que ele manda. Para os demais problemas, eu sempre tenho um ‘remedinho’ em casa para resolver”, disse.

Já a professora Márcia Betânia diz que até para tomar um analgésico sem prescrição médica fica receosa. “Hoje mesmo vou comprar um antibiótico porque estou com uma inflamação dentária. Mas, lógico, que foi o meu dentista quem prescreveu.

Morro de medo de tomar qualquer remédio sem ter sido prescrito por um profissional de saúde”, afirmou.

Casos como o da professora são raros. “De vez em quando tenho dor de garganta e venho na farmácia perguntar qual o melhor remédio. O que o balconista disser, compro e tomo. Até hoje, nunca tive nenhum problema por isso”, destacou a doméstica Rita de Cássia. “Paracetamol e dipirona a gente sempre tem em casa, para uma necessidade. Tento não tomar com frequência, mas se tiver uma dor de cabeça, tomo sem ir ao médico mesmo”, completa a dona de casa Marta Machado.