Trens vão continuar parados na capital

Ferroviários não aceitam proposta de 2% de reajuste e greve, que já se arrasta por 29 dias deve continuar.

Os ferroviários da Paraíba se reuniram na manhã de ontem em assembleia geral e decidiram manter a greve que completa, hoje, 29 dias. Eles recusaram a proposta oferecida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que ofereceu reajuste de 2%. Entre outros benefícios, a categoria reivindica aumento salarial de 5,1%. Com a paralisação, 7.200 passageiros são prejudicados diariamente, segundo cálculos da gerência regional da CBTU de João Pessoa.

Segundo o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Ferroviárias da Paraíba, José Antonio de Oliveira, a última reunião com os dirigentes da CBTU ocorreu no início desta semana, em Belo Horizonte. Além de João Pessoa, servidores de outras cinco cidades que têm regionais da CBTU também entraram em greve e enviaram seus representantes para discutir o assunto com os empregadores. No entanto, a reunião terminou sem novidades.

“A empresa só mandou um advogado, que apresentou exatamente a mesma proposta de reajuste salarial de 2% que foi rejeitada na semana passada, durante uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Isso mostra um verdadeiro desrespeito com a categoria”, conta o sindicalista.

De acordo com José Antônio, atualmente, o salário de um ferroviário é de R$ 980,00. Na pauta de reivindicações, os ferroviários pedem reajuste salarial de 5,1% para repor as perdas causadas pelo aumento da inflação dos últimos 12 meses. Além disso, eles pleiteiam um aumento real de 2%, acréscimo de 5% nos valores depositados no vale alimentação, plano de saúde integral e Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).

“Estamos abertos à negociação e ao diálogo, porque nossa intenção é chegar a um acordo. Mas a empresa precisa entender que é difícil viver com o salário que recebemos. Precisamos, pelo menos, receber a reposição das perdas salariais causadas pela inflação, mas os empregadores têm se mostrado irredutíveis”, afirmou.

José Antônio explicou ainda que a categoria, durante a reunião de ontem, resolveu manter a mobilização e esperar o resultado das assembleias que estão sendo realizadas hoje nas cinco cidades brasileiras em que há regionais da CBTU.

“Se essas cidades, a exemplo de Belo Horizonte, resolverem sair da greve, teremos uma nova assembleia para analisar a situação. Mas, se os grevistas desses locais decidirem manter a greve, aí, sim, com certeza, nós também iremos dar continuidade ao movimento”, declarou.