Competição distorce a realidade

Em prol de uma identidade, capacitação e principalmente de conforto financeiro, o profissional se sujeita às condições mais inóspitas no ambiente de trabalho.

Em uma sociedade na qual o individualismo vem se perpetuando como uma cultura social, busca-se cada vez mais enaltecer que o bom profissional deve ser autônomo, independente, criativo, ambicioso, flexível e agressivo. A qualificação é de inteira responsabilidade do profissional, bem como a culpa por não apresentar tais características.

Em prol de uma identidade, capacitação e principalmente de conforto financeiro, o profissional se sujeita às condições mais inóspitas no ambiente de trabalho. Esta competição é perversa e distorce a realidade. O mobbing sustenta-se diante deste abuso de poder.

Metas a cumprir, melhorias dos resultados, aumento na carga de horas e de trabalho podem ser classificadas como assédio moral, associado à diminuição de salário ou ameaças de demissão. O assédio pode ocasionar um estresse severo ao profissional, um verdadeiro ‘terror psicológico’.

Neste sentido, a Síndrome de Bournout é um diagnóstico típico de pessoas que são assediadas moralmente e significa ‘estar acabado’. Predominante no âmbito de trabalho, essa síndrome provoca uma ruptura na integridade e afetividade do indivíduo. É bastante comum nos profissionais da área da educação, principalmente professores e da saúde, principalmente entre os enfermeiros.

É importante salientar que a disputa e a cobrança elevam o profissional. Metas a cumprir e aumento de produção não violam os direitos do trabalhador, desde que não sejam abusivas e absurdas. O mobbing é um fenômeno silencioso e em épocas de crise mundial, é uma prática severa, disfarçado pela competitividade e enraizado no capitalismo.