Presidiários vão às urnas na capital

Duas unidades penais do Estado participaram do processo eleitoral deste domingo.

Duas unidades penais do Estado participaram do processo eleitoral deste domingo: a Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão e a Penitenciária Desembargador Flósculo de Nóbrega (Róger). De acordo com informações da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), 90 detentos estavam aptos a votar nas unidades, sendo a maioria (65) na penitenciária feminina e outra parte no Róger (25).

Devido ao protocolo exigido pela Justiça Eleitoral no dia de votação, a data de visita às unidades foi antecipada para o sábado, dia anterior ao pleito das eleições. Os detentos provisórios receberam seus títulos no mês de julho, quando os juízes das respectivas zonas eleitorais onde as penitenciárias estão localizadas analisaram a documentação fornecida por cada um.

Segundo o secretário de Estado da Administração Penitenciária, Coronel Washington França, a Seap estava preparada para qualquer eventual imprevisto, mas o processo, realizado em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), decorreu normalmente das 8h às 17h de ontem.

Na penitenciária feminina, 21 detentas receberam alvará de soltura antes do dia das eleições, mas foram até a unidade, em Mangabeira, votar em seus candidatos. Já no Róger, dois detentos tinham o alvará e um outro se recusou a votar, ficando sujeito ao pagamento de multa estipulada pela Justiça Eleitoral.

O diretor da Penitenciária Flósculo de Nóbrega, Josenildo Porto, explicou que o procedimento de segurança adotado no local de votação envolve a revista dos detentos e a condução dos mesmos, algemados, até a sala que abriga a urna eletrônica. Os detentos entram, um por um, em intervalos determinados pelos horários de seus banhos de sol. A urna é instalada e a zerésima verificada na presença dos fiscais, como em uma seção convencional.

Airton Santana foi um dos detentos beneficiados com a medida, que ocorre pelo segundo ano na Penitenciária do Róger: “É a primeira vez que eu voto aqui e fico feliz porque significa mais um voto para o meu candidato”, conta o jovem, que diz acompanhar diariamente o horário eleitoral pela televisão. “Os presos se admiram com o fato de poderem votar aqui, mas cooperam com a direção e têm participado das eleições sem estresse”, afirma Josenildo Porto, que está à frente do primeiro processo eleitoral de sua carreira como diretor do Róger. (Tiago Germano)