Médico diz que a doença é crônica

O tratamento, segundo médico, é apenas um paliativo; em contato com partículas, pulmão passa por endurecimento.

Ficar exposto à sílica durante um curto período de tempo pode ser a última ação de trabalho de um minerador. Essa é a projeção do médico especialista em fibrose massiva progressiva Geraldo Medeiros. Ele explicou que uma vez as partículas em contato com o pulmão, o órgão passará por um processo de “endurecimento” e não terá a mesma elasticidade para que a respiração seja realizada normalmente.

“Essa é uma doença crônica. O tratamento é apenas um paliativo à base de corticoides que não trata a causa, apenas os sintomas. Ela vai evoluindo, destrói as estruturas normais do órgão, o que causa um endurecimento do pulmão. Isso acontece mais rapidamente com aqueles trabalhadores que não se protegem, e, pela nossa experiência, temos visto cada vez mais jovens serem vítimas dessa doença que causa a inutilização do indivíduo ao trabalho”, explicou o médico.

Com 75 mineradores cooperados, a Coopicuí tem quatro trabalhadores que estão enfrentando a silicose há mais de um ano. De acordo com o presidente da cooperativa, Tony Henriques, periodicamente os trabalhadores estão participando de cursos de orientação para evitarem males como esse.

Contudo, ele aponta que, além do incômodo durante o uso de equipamentos, os pacientes apontam que a medicação carrega várias reações incômodas.

“Esses quatro companheiros que estão sendo tratados apontam que sentem muito enjoo por conta da medicação e não usaram os equipamentos pelo incômodo que eles causam. Mas, nós temos procurado mostrar que o pior é adquirir a doença. Por isso promovemos cursos educativos e temos dado apoio para que parte das cerca de 80 famílias que temos cooperadas não sofram com o prejuízo por alguém deixar de trabalhar”, acrescentou.