Quadrilha é parceira de facção

Polícia investiga envolvimento de quadrilha responsável por assassinar sargento da PM com facções do Rio de Janeiro.

A Polícia Civil de Campina Grande está investigando uma possível ligação entre o grupo acusado de matar o sargento da Polícia Militar Jefferson de Lucena com as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). O delegado de Homicídios, Francisco de Assis, revelou que todos os integrantes da gangue que atua no bairro do Mutirão e em outros bairros da cidade possuem vínculos com facções do estado do Rio de Janeiro.

“Eles têm parceria com uma turma no Rio de Janeiro. Trata-se de uma quadrilha que atua naquela região de Campina Grande, praticando como principal atividade o tráfico de drogas, relacionado aos homicídios que vêm sendo praticados ali”, disse o delegado. Ele acrescentou que o líder da gangue é um perigoso traficante muito conhecido, mas que ainda continua solto, pelo fato de que quando a polícia começa a chegar perto de prendê-lo ele consegue voltar para o Rio de Janeiro, passa um tempo por lá e depois retorna ao Estado da Paraíba.

A ligação do grupo aconteceria tanto com o Comando Vermelho quanto com o Primeiro Comando da Capital, que possui ramificações cariocas. A polícia já vem investigando a quadrilha desde quando começou a verificar no Mutirão uma presença muito grande de pessoas vindas do Rio de Janeiro para morar em Campina sem ter nenhuma ligação familiar com a cidade, fato que se deu principalmente a partir das invasões policiais em favelas cariocas, que acabou com o domínio dos bandidos nos morros do Rio.

O líder da gangue do Mutirão, segundo informações do tenente-coronel Souza Neto, comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, chama-se Henrique. Ele é considerado o cabeça do grupo de criminosos que tem atuado no tráfico de drogas e homicídios em Campina. Segundo o comandante, a grande dificuldade para efetuar a prisão dos criminosos na região é a falta de colaboração dos moradores do bairro.

Por essa razão, ele fez um apelo à população. “Eu peço que a comunidade local entre em contato com a polícia pelo 190 e nos ajude a identificar e localizar os criminosos que atormentam a vida daquela e de outras comunidades. Posso garantir que jamais será revelada a identidade de quem fornecer informações”, ressaltou o tenente-coronel Souza Neto. O coronel Wolgrand Pinto, comandante do policiamento regional, também conclamou à comunidade para colaborar com o trabalho da polícia. “É fundamental que os moradores da região forneçam informações”, destacou.

Mesmo resistente quanto à confirmar a ligação do grupo com os bandidos do CV e PCC, o secretário de Segurança do Estado, Cláudio Lima, disse que o trabalho da polícia irá continuar no bairro do Mutirão e do Pedregal até que essas comunidades consigam ser pacificadas. “Ainda não podemos confirmar se o líder desse grupo tem, de fato, ligação com os bandidos do Rio de Janeiro, mas não vamos descansar enquanto não for estabelecida a paz dentro dessas duas comunidades”, garantiu. (Colaborou Artur Augusto)