Cotas raciais no serviço público

Criação de cotas raciais para entrada no serviço público está sendo avaliada; expectativa é que a proposta esteja pronta até o final do ano.

A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse ontem que o governo avalia a proposta de criar cotas para negros no serviço público. De acordo com a ministra, as discussões estão “em fase muito inicial” e a expectativa é de que até o final do ano seja possível finalizar uma proposta para ser apresentada à presidenta Dilma Rousseff. As informações são da Agência Brasil.

“Essa discussão está em curso dentro do governo, estamos colhendo pareceres de vários setores, do próprio Ministério do Planejamento e da Advocacia-Geral da União para que, com esses pareceres, possamos levar uma posição governamental para a presidenta”, disse Luiza Bairros após participar da cerimônia de fortalecimento do Programa Brasil Quilombola, no Palácio do Planalto.

Questionada se em alguma ocasião a presidenta Dilma manifestou sua posição sobre as cotas para negros no serviço público, a ministra Luiza Bairro respondeu que não, mas lembrou que a presidenta tem defendido as ações afirmativas.

“Especificamente a proposta do serviço público, isso não foi ainda discutido com ela. Agora, a presidenta Dilma tem uma posição inequívoca sobre a importância das ações afirmativas e mais particularmente das cotas como instrumento fundamental para superar a desigualdade racial no Brasil”, respondeu a ministra.

Na cerimônia de ontem, a presidenta Dilma citou a reserva de vagas para negros nas universidades públicas e disse que a medida contribui para a construção de um país mais igual e menos discriminatório.

BRASIL QUILOMBOLA
A titulação de territórios e a certificação de produtos fabricados em quilombos serão reforçadas com a expansão do Programa Brasil Quilombola anunciada ontem pela presidenta Dilma Rousseff. Com a ampliação, ações do Plano Brasil sem Miséria – que que tem como foco os 16 milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais – passam a fazer parte do Brasil Quilombola, lançado em 2004.