Um vídeo postado na internet será investigado para apurar o que aconteceu na operação policial que resultou na morte do comerciante José Almeida Neto, de 27 anos, no último domingo, no distrito do Cajá, município de Caldas Brandão. O homem foi preso por policiais militares, algemado e colocado na viatura, sendo, em seguida, atingido por tiros.
As imagens mostram a ação da polícia para coibir a imprudência de alguns jovens que estariam utilizando motos e carros para fazer arruaças na principal avenida da cidade. No vídeo, populares acompanham a ação policial. Em determinado momento, há correria e são ouvidos cinco disparos. Em seguida, a filmagem mostra José Almeida ensanguentado, na mala do carro, e algemado com as mãos para frente.
No dia da ocorrência, o comando da Polícia Militar em Itabaiana informou que o homem teria sido atingido após pegar uma metralhadora que estava no banco traseiro da viatura e disparar contra a guarnição, que teria reagido em legítima defesa. José Almeida chegou a ser socorrido e foi levado ao Hospital Regional de Itabaiana, mas não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto pelo Comando da Polícia Militar da Paraíba para investigar a conduta dos policiais. A Secretaria de Segurança e Defesa Social já afastou os envolvidos de suas funções no 8º Batalhão da PM, sediado em Campina Grande. A delegada Tatiana Matos Barros foi designada em caráter especial para presidir as investigações.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil da Paraíba (OAB-PB), Odon Bezerra, destacou que é dever do Estado garantir a integridade física de todo cidadão, especialmente aqueles que estão sob sua custódia, e ressaltou que a Ordem repudia toda e qualquer forma de agressão praticada. Ele disse que a OAB-PB vai acompanhar o caso e cobrar punições pelas irregularidades cometidas, caso sejam comprovadas.
A delegada Tatiana Matos Barros informou que a arma utilizada contra José Almeida e a viatura onde ele foi morto foram recolhidas e entregues à perícia. O vídeo também passará por análise pericial. Segundo a delegada, mais de dez pessoas já foram ouvidas sobre o fato, entre parentes da vítima, testemunhas e os policiais que participaram da ação. “Todos os procedimentos necessários estão sendo realizados para se apurar devidamente tudo o que ocorreu”, disse.
A Polícia Civil também fará a reconstituição do crime, com auxílio do Instituto de Polícia Científica (IPC), em data a ser definida juntamente com a delegada que acompanha o caso. O secretário executivo de Segurança e Defesa Social, Jean Nunes, garantiu que a Polícia Civil e a Polícia Militar estão atuando com firmeza, mas também com cautela, já que os policiais envolvidos são conhecidos na região por realizarem um bom trabalho.
