Clandestino prejudica trânsito

Além da insegurança para os passageiros, veículos de transporte clandestinos provocam caos no trânsito de Campina Grande.

Os motoristas clandestinos circulam pelas ruas de Campina Grande em vans, micro-ônibus e carros pequenos. Além da insegurança para os passageiros, eles provocam certo caos no trânsito local. Em um trecho da Avenida Floriano Peixoto, entre um supermercado e a Arca Titão, existem seis paradas de ônibus de várias rotas da cidade. Mas, no espaço destinado ao estacionamento dos veículos permissionados, muitos carros alternativos acabam parando e dificultando a fluidez do trânsito.

Segundo um comerciante que atua próximo à Arca Titão, que preferiu não se identificar, os condutores param os carros e ficam oferecendo o serviço a quem está à espera do ônibus. “Eles param o carro, ligam o alerta e ficam abordando as pessoas. Cobram R$ 2,00 pela corrida e ficam dizendo que o carro vai sair’, para incentivar as pessoas a não esperarem os ônibus. Quando está em hora de mais movimento, a ‘Floriano’ fica cheia de carros e alguns chegam a subir em parte da calçada. Muita gente acaba aceitando e pega o carro”, contou.

O que leva as pessoas a utilizarem os clandestinos é, muitas vezes, o preço. Os alternativos, geralmente, cobram R$ 2,00 pelo serviço. Mas, como lembra Anchieta Bernardino, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sitrans), sem garantia nenhuma para os passageiros, caso haja um acidente.

“No preço de uma passagem de ônibus está incluso o serviço, os encargos, salários dos motoristas e também o seguro do passageiro, se houver algum acidente”, explicou.

Mas a segurança não parece ser a maior preocupação de quem utiliza os clandestinos. A professora Vilma Ferreira, de 45 anos, diz que costuma pegar transportes alternativos, no bairro do Cruzeiro, onde mora, para o Centro de Campina Grande. “O valor que eu pago para o alternativo é o mesmo do ônibus e a segurança é a mesma, pois os ônibus não oferecem tanta segurança como fazem parecer. No alternativo eu tenho cinto de segurança e os riscos de assalto são os mesmos nos dois casos”, destaca.

O atendente José Sérgio de Sousa Silva, de 30 anos, reside nas Malvinas. Ele reconhece os problemas de segurança dos transportes, mas explica a preferência pelos alternativos. “Eu tanto utilizo o ônibus quanto o carro alternativo, pois além de ser o mesmo preço, eu não vejo diferença na segurança", contou.