Férias fazem HUAC suspender consultas

Em Campina Grande, cerca 1,7 mil consultas deixarão de ser feitas durante o período de férias; em João Pessoa funcionamento não será alterado.

As férias dos professores das universidades federais na Paraíba podem causar transtornos para os usuários dos hospitais vinculados às instituições de ensino. No Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), cerca de 1.700 consultas deixarão de ser realizadas até o fim das férias, que vão até o próximo dia 27. Já no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, o cenário é diferente e o atendimento segue sem alterações.

Segundo o coordenador do curso de Medicina e médico do HUAC, Mário de Oliveira Filho, quase 20% do total de consultas realizadas por mês não serão realizadas devido às férias dos docentes. Por mês, a unidade realiza uma média de nove mil atendimentos em várias especialidades.

O coordenador do HUAC explicou que dos 82 médicos e professores que trabalham no hospital, apenas dois especialistas da área de Clínica Geral continuam trabalhando nos ambulatórios. “As férias foram iniciadas em 24 de dezembro do ano passado e só terminarão no dia 27 deste mês. Por conta disso, existe uma redução nas consultas, assim como no período de julho, quando entramos em um recesso de 15 dias”, informou.

De acordo com ele, os médicos atuam em diversas especialidades, desde Pediatria, Ginecologia, a área Cirúrgica. Ele contou que dos 520 alunos matriculados hoje no curso, 180 realizam estágios no local e também estão em recesso. Ainda segundo o coordenador, as consultas que deixarem de ser feitas durante este período serão continuadas com o fim das férias, que são divulgadas antecipadamente, através do calendário anual da UFCG.

No HULW o funcionamento não foi afetado por causa das férias acadêmicas da instituição de ensino, que começou no dia 14 de dezembro e vai se prolongar até 16 deste mês. Segundo a direção do HULW, a unidade hospitalar possui quadro próprio de profissionais da área de saúde, que está garantindo o atendimento diário a cerca de duas mil pessoas que procuram o local. “Além dessa equipe própria, que é concursada e pertencente ao quadro efetivo do HULW, ainda contamos com o apoio de alunos residentes e de professores universitários que realizam atividades assistencialistas e que não interromperam as atividades nesse período de recesso”, afirma o diretor médico assistencial, Otávio Pinto.

Ele acrescentou ainda que, apesar do hospital possuir um quadro próprio de médicos e de outros profissionais de nível superior, parte dos atendimentos feitos no local é realizado por docentes de Medicina e de outras áreas, que usam as instalações do hospital para fazer estágios e atividades extraclasse.

Durante o recesso acadêmico, parte desse pessoal paralisou os trabalhos no Lauro Wanderley. Apesar do desfalque causado pela ausência dos estudantes de alguns docentes, o diretor garante que não houve prejuízos aos pacientes. “Os alunos da graduação e que realizam estágios e atividades extraclasse no HULW, realmente, não estão comparecendo ao HULW por causa do recesso escolar. Mas isso não prejudica o funcionamento do hospital porque temos outros profissionais trabalhando”, reforçou.

A dona de casa Maria da Penha Fidele da Silva, 38 anos, foi uma das pacientes que procurou o HULW e que não enfrentou problemas para ser atendida. Moradora da Baia da Traição, no Litoral Norte, ela saiu de casa, na madrugada de ontem, para ser examinada por uma neurologista no hospital universitário.

“Marquei essa consulta no ano passado e, graças a Deus, consegui ser atendida. Vou sair daqui já com a segunda consulta marcada para o dia 7 de fevereiro. Para mim, o atendimento está normal. Eu nem senti que a UFPB está em recesso”, disse.

A marisqueira Selma Correia, 33 anos, também sentiu que o funcionamento do HULW, está dentro da normalidade. “Eu já fui atendida por minha médica, porque ela só passou 15 dias em recesso. Graças a Deus, está tudo em ordem comigo. Vou falar com a médica de novo só no dia 2 do próximo mês”, declarou. (Isabela Alencar e Luzia Santos)